Cinema

31 de dezembro de 2018

Demência

Craze (Inglaterra, 1974)

Diret Freddie Francis
Com Jack Palance, Julie Ege, Diana Dors, Martin Potter.

Craze


Filme de culto.
Literalmente "de culto". Jack Palance é um antiquário em Londres que no porão de seu estabelecimento guarda a estátua do deus africano Chuku. E ele cultua a imagem fazendo rituais e sacrifícios em troca de riqueza. Uma vez confirmada a eficácia das mortes em sacrifício, Palance passa a caçar vítimas pelas noitadas da Swinging London decadente.

De pequenos sacrifícios consensuais (como o sangue na sequência inicial) a uma morte por acidente (recompensada com a descoberta de uma gaveta de moedas de ouro), o antiquário enxerga o caminho para o enriquecimento e fortalecimento de seu negócio. Assim, de forma totalmente amoral e inescrupulosa, Palance e seu assistente seguem seus afazeres criminosos em série. Mas uma dupla de detetives em serviço pode lhes criar inesperadas complicações...

Freddie Francis é o cara! Um fotógrafo e diretor que precisa de revisão urgente em sua obra. Aqui seu empenho é evidente na criação atmosférica (visto que o roteiro é bem fraquinho) e temos um filme repleto de luzes de recorte e sombras pesadas no limite do pesadelo! É a glória da morbidez e do acabamento visual como só se viu no cinema B, pop, pulp, alternativo. E mesmo assim, o filme extrapola a linha formal que então se praticava no thriller britânicoCraze só perde o rumo no meio quando os detetives reduzem o filme a um suspense de investigação ("demência" vira "dormência"...) e contrastam feio com a ótima parte inicial.
Mas o filme se salva pelo clima doentio, a foto da época, e o elenco bacana liderado pelo clássico "pior ator do mundo" Jack Palance em performance enlouquecida. No elenco temos participações de, Julie Ege enchendo a cara num pub, Suzy Kendall (de peruca cacheada) é uma garota de programa, Diana Dors é uma ex do antiquário, Trevor Howard é o chefe de polícia, Edith Evans é a tia rica, Hugh Griffith lê o testamento da tia e David Warbeck é um agente da lei.

• Julie Ege vai pro forno logo aos 20 minutos de filme!
• Melhor morte: o "empalamento jugular" da primeira vítima!
• Melhor crueldade: Palance matando a tia de susto!
• Sonho de consumo: Suzy Kendall e seu armário de objetos sado-masô!
• Teve lançamento em VHS (Zircon) em fita meio difícil de achar.

Black Phillip já sabia 😈😈😈

Chuku é um deus generoso! Pede o roteiro pra ele porraaa....!

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