6 de março de 2019

Freddie Francis - o idôneo do fantástico



Ready for Freddie?! Diretor e fotógrafo inglês de notável carreira nas duas atividades. Frederick Francis (1917 - 2007) teve uma lendária carreira na fotografia e uma notável predileção pelo gótico e terror. Na direção, Francis foi eficiente na média pop do fantástico em diversas ocasiões e isso o destaca como um dedicado artífice mais do que um pretensioso visionário ou revolucionário. Um idôneo do cinema de terror. O formato old school de filmes em episódios, como Dr Terror House of Horrors, Tales of Witness Madness ou Torture Garden, vale como registro histórico do pulp cinematográfico. Modelos clássicos insuperáveis.

Freddie Francis - o idôneo do fantástico
• Francis iniciou atividades como assistente de câmera e passou a fotografia em meados dos anos 50 acumulando bons créditos e uma premiação com Oscar por Sons and Lovers (1960). Depois de The Innocents (1961) e A Night Must Fall (1964) dedicou-se à direção. Sua associação aos estúdios Amicus e Hammer o destacou como um respeitável diretor no fantástico e terror. Seu Evil of Frankenstein é o melhor da série depois do primeiro. Confira a lista de destaques e a invejável sequência de grandes momentos assinados pelo diretor.
Mas, claro, nem tudo são flores na visita revisionista à sua obra, Deadly Bees peca pela lentidão e Son of Dracula (com Ringo Starr e Harry Nilsson) é um equívoco que só dá pra encarar com boa vontade cult.
Após anos na direção, Francis voltou à fotografia em 1980 (com O Homem Elefante) e reafirmou seu talento na integridade atmosférica de filmes como Tempo de Glória e Cabo do Medo. Para David Lynch, fotografou O Homem Elefante, Duna e Straight Story, seu último crédito.
Voltaria a dirigir ocasionalmente. The Doctor and the Devils de 1985 confirma sua invejável longevidade criativa.
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Alguns destaques
1963 Paranoiac • Herdeiros de uma rica família são alvos de intriga por um misterioso articulador. Belo gótico contemporâneo. Já incluído em Thriller das 5.
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1965 Hysteria • Robert Webber acorda desmemoriado depois de um acidente e precisa reconstruir sua vida a partir de um mínimo de dados: a foto de uma garota e um endereço. Delírios e personagens misteriosos o conduzem a uma trama criminosa. Suspense leve e comportado em produção Hammer. Segue a linha de filmes como Mirage mas sem maior destaque. O elenco fraco compromete. 😈😈
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1965 The Skull • Christopher Lee e Peter Cushing são colecionadores de objetos raros, entre eles o crânio do Marquês de Sade que influencia maleficamente quem o possuir. Clássico do período. Veja o post.
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1966 The Psychopath • Roteiro de Robert Bloch e produção da Amicus. Misteriosos assassinatos envolvem um grupo implicado em posses imobiliárias. Suspense mediano na linha investigativa e bastante comportando em sua narrativa, mas com um notável apuro visual em sua atmosfera vitoriana, os casarões, a senhora cadeirante cercada por dezenas de brinquedos e os bonecos colocados nas cenas de crime. Um impecável show visual (como em The Skull). 😈😈😈
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1968 Dracula Has Risen From the Grave • Entre os bons da série com Christopher Lee. O Monsenhor Ernst visita o vilarejo onde mortes ainda são atribuídas à Drácula! O Monsenhor exorciza o castelo, mas Drácula é reanimado e sai do lago congelado onde havia sido sepultado no filme anterior. Com roteiro de poucas ideias, Francis faz o que pode para dinamizar a narrativa. Elenco simpático e um pouquinho de psicodelismo nos filtros coloridos quando o Conde aparece. 😈😈😈
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1970 Trog • Joan Crawford, em seu último filme, é uma paleontóloga que descobre uma criatura humanoide que pode ser o elo perdido na evolução humana. Michael Gough é o vilão que desaprova as atividades de pesquisa da doutora. Produção B que se tornou cult pela gratuidade absurda de seu roteiro simplório. A criatura usa uma das máscaras simiescas aproveitada de 2001 e a ótima trilha musical é de John Scott, habitual colaborador dos documentários de Jacques Cousteau. 😈😈
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1972 Tales From the Crypt • Coletânea de episódios baseados nas famosas HQs dos anos 50. Veja o post.
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1973 Creeping Flesh • Peter Cushing é um cientista que descobre como recompor o corpo de uma criatura milenar. Veja o post.
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1974 Craze • Jack Palance oferece sacrifícios a um deus africano em plena Swinging London. Mediano e estilizado suspense. Veja o post.
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1985 The Doctor and the Devils • Timothy Dalton é um doutor que recebe corpos de fornecedores diversos para suas aulas de anatomia. Os pagamentos por cadáveres frescos provocam uma onda de crimes na localidade. Stephen Rea e Jonathan Pryce são os assassinos. Com produção da BrooksFilms de Mel Brooks, o suspense é baseado no famoso caso de Burke & Hare (que também havia sido adaptado em The Flesh and the Fiends). Visualmente é impecável, mas a direção automática compromete a empatia. 😈😈😈

Directed by Freddie Francis

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