Felipe Preto

black phillip

Black Phillip é um blog que pretende investigar, conhecer e divulgar a cultura alternativa ligada ao horror e ao fantástico. O dark side do pop. A cultura de massa que já tem uma história considerável em todos estes anos de sociedade do espetáculo. Que já teve e continua tendo seus altos e baixos artísticos. Especialmente na cultura eletrônica do pós-guerra. Assim, este espaço considera que muita coisa apreciada superficialmente no passado merece uma revisão e muita coisa adulada na cultura contemporânea ... nem tanto. É um blog de velharias, então? Não exatamente: é um blog de sugestão de coisas legais em um setor (e ligado a ele) sempre interessante. O macabro, fantástico, surreal.
O cinema, automaticamente aparece como assunto principal na cultura pop de massa. Principalmente considerando que o cinema de terror teve um ressurgimento consistente nos últimos anos. E as outras vias e desdobramentos culturais, especialmente música e literatura estão incluídos nas andanças, interesses e pesquisas deste blog.
Só que Black Phillip não quer ser muito tagarela, nem fundamentado ou aprofundado em suas postagens (só um pouco) e pretende funcionar como um guia rápido dos assuntos que destaca. Um banco de informação em constante crescimento. Quer mais? A internet tem. Quer ver aquele filme? Streamings e torrents resolvem. Em tempos de cultura digital, provavelmente não há mais raridades a se descobrir. Agora vivemos a cultura do repasse de informação. Então Black Phillip repassa o que acha pertinente.

As cotações vão de uma 😈 a cinco "estrelas" 😈😈😈😈😈, passando por ocasionais bombas! 💣

Black Phillip começando bem!

Internet, sua linda! Então nestes tempos de repasse de informação e de exposição individual na rede digital, me surpreende como é fácil alguém compilar informação e repassar sem conferir. E aí, eu leio muito comentário de filme que parece que nem foi assistido pelo comentarista. E muita informação sem contexto, ou sem conhecimento prévio de cinema que situe o leitor. Aí o Black Phillip faz o quê? Confere filme por filme, livro por livro, para não falar muita besteira (só um pouco). Outra coisa que surpreende e até incomoda é o tanto de informação atulhada em links e botões que os sites/blogs insistem em expor em suas páginas em uma profusão de "tudo ao mesmo tempo agora". Nem tudo referente ao mesmo assunto. Então repetindo lá de cima, a intenção aqui é destacar e comentar coisas legais como um guia. Principalmente um guia de filmes. Opiniões e sugestões, sem jamais esquecer a posição analítica diante do que a nós é despejado como entretenimento.

Sengaya! O passado negro do Black Phillip revelado! Nos tempos do mercado VHS este fã-editor iniciou pesquisas e acervo em cinema de terror e cinema fantástico chegando a editar guias de vídeo dedicados ao gênero em meados dos anos 90. Em tempos pré-internet a pesquisa era nas prateleiras das locadoras, nas revendas de fitas usadas lá perto do Carandiru e em material importado (comprei muita Fangoria, Gorezone, Image Movies, Premiere e livros!). A revista Cinemim também teve importância em conteúdo de pesquisa. Antes disso, só no cinema mesmo, quando acontecia algum evento bissexto como a mostra de filmes de Dario Argento no extinto (agora revivido) cineclube Bijou (praça Roosevelt). Vi Suspiria pela primeira vez na telona! O Bijou reprisava com frequência A Dança dos Vampiros em sessões da meia-noite! Mas nunca entrei (no Art Palácio da Av São João) para ver Delírios de Um Anormal por medo das fotos no cartaz. Também circulou em diversas salas a mostra de Hitchcock quando de sua morte (foi quando revi Psicose e Os Pássaros, agora na telona!) e tive a minha frequência semanal no tempo em que proliferaram os cineclubes no Bexiga (Kurosawa, Bigas Luna e Polanski sempre no cardápio). Também foram marcantes as cópias esquecidas de Doctor Butcher e Living Dead at Manchester Morgue pelos cinemas decadentes do centro velho de São Paulo.
A Mostra Internacional de Cinema de São Paulo também teve um braço importante no fantástico (meados dos anos 80) quando exibiu pioneiramente Hellraiser, Saló, Alice (de Svankmajer), Os Olhos da Cidade São Meus e até o trash Slugs do diretor espanhol Juan Piquer Simon! O Cinesesc fazia um repasse de filmes depois da mostra (uma espécie de revisão dos destaques), ali vi o assombroso Possessão! E o Espaço Unibanco de Cinema fez história com a exibição de Fome Animal de Peter Jackson em 1993.
Em um passado mais remoto, longínquo, lembro do Cine Mistério da Bandeirantes, como fonte de fascínio pelo macabro e como teste de resistência emocional em encarar, tarde da noite, filmes como O Monstro da Lagoa NegraA Maldição do Lobisomem (com Oliver Reed) e a eterna viagem de O Incrível Homem Que Encolheu, isso nos tempos da TV em preto-e-branco......... 

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Gui Martino – Designer. Roteirista. Editou guias de vídeo nos anos 90. Formado em Produção em Vídeo e Cinema, produziu story-boards para longas e curtas metragens. Autor do livro "Trilhas Sonoras - a música no cinema em 100 compositores". Músico amador, também produziu trilhas para curtas-metragens.

4 comentários:

  1. Opa, Guilherme!.
    Navegando aleatoriamente me deparo com vosso blog, muito bacana, por sinal!.
    Como já conheço sua abordagem de escrita (e predileções pessoais por cinema "torto") desde a época da Psico Video e dos guias da Sampa e da Escala, fiquei deveras surpreso (e contente) em ver que o tempo lhe trouxe a habilidade e discernimento em (continuar a) apreciar tanto os clássicos de outrora como produções mais recentes. Nesse mundinho "radical" do horror que à tempos virou "modinha" no cenário de colecionadores de mídia física, isso realmente é digno de nota pois o que falta exatamente é um olhar menos preconceituoso e livre das amarras do "formato em detrimento ao conteúdo". Você ainda coleciona material físico?. Vamos nos falar!. Se quiser me mandar um email, retomamos os contatos!. Abrs e boa sorte com o blog. repulsion@bol.com.br

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    1. Hey, Alisson, tudo blz? Obrigado pela visita e comentários. É interessante que mesmo na modinha pop atual, ainda tem gente tentando variações e radicalizações dentro e fora do mercado dito mainstream. Tenho visto diversas coisas legais fora da produção ianque. Especialmente via streaming e downloads. Abração.

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  2. Parabéns pelo site e por nos agraciar com essas informações tão raras hoje em dia.

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