Untraceable (EUA, 2008)
Com Diane Lane, Colin Hanks, Billy Burke, Joseph Cross, Peter Gray Lewis, Tyrone Giordano, Mary Beth Hurt, Tim de Zarn, Christopher Cousins.
A morte dá carona. Suspense dramático de rara eficiência que se eleva da média pelo elenco dedicado. O jovem Bradley trabalha em um fast-food de estrada e tem como parceiros de trabalho, um casal de namorados meio delinquentes e o recluso Benson. Traumatizado por um incidente na infância, Bradley aguenta pressões e bullyings passivamente, até que em uma manhã, antes do expediente, os abusos e tensões crescem entre o grupo de atendentes e Benson decide interceder pelo companheiro. E ele intercede disparando!
Ponto pra Nova Zelândia! Suspense pesadão e de difícil digestão em sua dramaticidade sem atenuantes. Tem semelhanças com outros dramas como Speak No Evil em que o mal acontece mais por negligência das vítimas do que por qualquer outro motivo. Coming Home in the Dark é daqueles filmes em que nem a flagrante produção visivelmente B consegue apagar a boa impressão. Sua direção tensa e impiedosa, além de um roteiro simples, porém ousado, garantem um show sufocante de rara eficiência.
Noir desvirtuado. O que está havendo com o Nicolas Cage? De uma carreira consistente, o cara está topando fazer qualquer coisa que apareça pela frente. E o resultado é prejudicial tanto para ele quanto para os filmes que o têm como atrativo. Este Grand Isle fica na média entre as coisas boas que o ator tem feito e as inexplicáveis produções de baixo nível em que ele se mete. O filme é um suspense em baixa voltagem que soma elementos de film noir a terror de gente encarcerada.
Super mãe loka. Grande suspense de revelações que prende o fôlego do espectador do começo ao fim. A veterana Joely Richardson (filha de Tony Richardson e Vanessa Redgrave) é a matriarca que tem o controle de sua pequena família vivendo isolada em um simpática casa nas montanhas. Seu marido está quase catatônico depois de um acidente e sua jovem filha é mantida em total reclusão e inocência pela mãe protetora. Atenciosa e dominante a dedicada mamãe parece ter segredos inconfessáveis por alguns cômodos trancados da casa.
Piada de crueldade. Suspense simplão, mas que entrega muito mais do que promete. Sophie e Bee estão namorando e um fim de semana de festa na mansão de um amigo pode ser ideal para a relação, para a aceitação pelos colegas e para descontrair um pouco. A reunião foi prevista para uma temporada de fortes chuvas e a reclusão na mansão isolada será regada por festejos diversos, drogas, bebidas, música e paqueras. E quando alguém sugere o jogo Bodies, Bodies, Bodies, um jogo de salão para descoberta de um criminoso que atacará suas vítimas, a reunião logo se torna um pesadelo quando um dos integrantes do grupo realmente aparece morto!
Variant stupid. Suspense na linha slasher que pega carona na paranoia da Covid e se compõe aos trancos e barrancos, literalmente! Parker e Miri são duas amigas que deixam o ambiente estudantil para uma temporada de recolhimento em plena pandemia. Em uma sofisticada casa afastada em uma floresta as duas se instalam, mas logo um assassino se infiltra no local. E assim, Parker, Miri e DJ, um amigo que as visita, estão ameaçados por um ardiloso invasor, armado com uma faca e movido por uma justificativa que nenhum dos três suspeita.
O melhor de dois mundos. Grande sucesso de bilheteria que recuperou a carreira do diretor, Cape Fear marcou sua época por diversos motivos, como a violência, a força narrativa, a confirmação de Robert De Niro como o melhor ator para psicopatas, e a cena do dedão! Scorsese vinha de um período meio incerto de filmes como O Rei da Comédia, After Hours, A Última Tentação de Cristo. Depois do sucesso de Goodfellas, apostou no velho e bom thriller criminal e restabeleceu-se definitivamente com este Cabo do Medo.
Pérola estragada. Uma curiosidade em suspense nível B totalmente deslocado da boa média dos thrillers realizados no cinema britânico do período (veja aqui uma seleção). Visivelmente inspirado em Les Yeus Sans Visage, conta o tormento do doutor John Towan (Peter Cushing), um cirurgião renomado cuja jovem noiva Lynn Nolan (Sue Lloyd) sofre uma grave queimadura facial e precisa de uma cirurgia de reconstituição. Cushing consegue clandestinamente, a pele facial de uma jovem falecida, mas a operação, inicialmente bem sucedida, desanda na rejeição súbita, em plena viagem de férias. O dedicado doutor, então, precisa de tecido vivo para as transfusões posteriores!
Diretor e romancista. Intrigante e absorvente suspense investigativo, mas que tropeça em si mesmo na pretensão. Samantha Andretti é uma jovem encontrada depois de anos de cativeiro nas mãos de um ardiloso raptor. Enquanto a polícia está nas investigações, o Doutor Green (Dustin Hoffmann) tenta desvendar as memórias da jovem raptada. Paralelamente, o detetive Bruno Genko (Toni Servillo), com mais eficiência do que a polícia, se empenha em descobrir o paradeiro do raptor.
Esta cidade está tomada pelos verdadeiros patriotas americanos.
Não há nada que não possa ser piorado! Suspense bacana que dá sequência à saga Purge como o quinto filme. A variação agora é que grupos armados por todo o país se organizaram para estender a noite Purge indefinidamente até a limpeza da nação! Centrando o drama no conflito racial na fronteira do México, o filme apela a insatisfações muito atuais no tocante à intolerâncias étnicas, sociais e políticas. E enquanto os filmes anteriores caracterizavam a ação como premeditada por grupos dominantes, agora são os dominados que também participam da matança permitida.
Pegadinha do marido. Suspense corretinho de diretor estreante que pode servir de reabilitação à carreira da gata Megan Fox. Depois de uma série de filmes sem graça Megan bem que merece uma produção à altura de seu status de estrela-fetiche. O problema, aqui neste thriller, é que filmes do gênero pedem por atuações extremas e Megan não tem a voltagem dramática necessária para um projeto no qual toda a carga de tensão recaí sobre a protagonista.
No more mister nice guy! Suspense eficiente que baseia sua trama em angústias contemporâneas possivelmente experimentadas diariamente por qualquer cidadão em sua vida urbana. Rachel é uma mãe de família com problemas pessoais: está se divorciando, precisa entregar a casa onde vive com os dois filhos e tem sérias dificuldades em cumprir horários e demandas com suas clientes. Presa no trânsito no meio de uma tarde de trabalho e levando o filho menor à escola, tem uma discussão ligeira com um motorista. Mas o misterioso personagem começa a segui-la e ameaçá-la.
Tom e Jerry do mal! Suspense bem consistente que por pouco não é o filmaço do thriller contemporâneo. Jennifer é uma jovem que perdeu o marido recentemente e está de emprego novo. Precisa empacotar suas coisas e mudar para outra cidade em uma viagem de quatro dias pela estrada. Mas por conta de um atrito banal pelas rodovias, ela começa a ser seguida por um tipo suspeito.
Thriller de laboratório. Suspense mediano que se garante nas atuações e direção dramática mais do que por surpresas e violência. Dois casais alugam uma bela casa à beira de um penhasco litorâneo para um fim de semana de relaxamento. Charlie acabou de fechar um grande negócio e o momento é de comemorar e relaxar. Junto da esposa, do irmão e cunhada, ele passa a curta temporada no belo casarão com vista para o mar até que algumas revelações adúlteras surgem para atrapalhar a harmonia.
Para graduandos em ciências forenses. Thriller classe A, de narrativa ambiciosa e constantemente incômodo. Um exercício em construção de suspense como não se via desde Seven ou O Silêncio dos Inocentes! O doutor Paul Herzfield tem sua filha adolescente sequestrada e precisa desesperadamente encontrar as pistas que levem a seu resgate. Em seus serviços de autópsia, a primeira pista aparece em uma cápsula, inserida no crânio de uma vítima! Na descoberta por mais pistas, o doutor conhece Linda, uma jovem cartunista, que inadvertidamente encontrou um celular em um dos corpos deixados de pista pelo sequestrador.