Coming Home in the Dark (Nova Zelândia, 2021)
Com Erik Thomson, Miriama McDowell, Daniel Gillies, Mattias Luafutu.
Ponto pra Nova Zelândia! Suspense pesadão e de difícil digestão em sua dramaticidade sem atenuantes. Tem semelhanças com outros dramas como Speak No Evil em que o mal acontece mais por negligência das vítimas do que por qualquer outro motivo. Coming Home in the Dark é daqueles filmes em que nem a flagrante produção visivelmente B consegue apagar a boa impressão. Sua direção tensa e impiedosa, além de um roteiro simples, porém ousado, garantem um show sufocante de rara eficiência.
A história é sobre uma família em férias pelas estradas e regiões montanhosas interioranas que são mobilizados por uma dupla de delinquentes. Hoaggie é um professor de primeiras séries, em viagem com sua esposa Jill e seus dois filhos adolescentes. Quando se afastam das estradas, são abordados por dois marginais que não querem apenas assaltá-los, e a viagem se torna um pesadelo sem fim até que algumas suspeitas começam a ser levantadas. Hoaggie não perece ser um professor muito dedicado e as possíveis situações de repressão ocorridas em um internato de garotos podem ter sido por ele negligenciadas no passado. Será possível que a situação não seja um simples assalto e tenha motivações de vingança?
Coming Home in the Dark é um road movie noturno, aflitivo e exemplar que ligeiramente faz lembrar de clássicos como A Morte Pede Carona e Cani Arrabbiati (veja uma seleção). De um violentíssimo início e um desenvolvimento cruelmente tenso, é ambientado em uma madrugada e progride implacavelmente em uma sucessão de situações naturalistas com a dramaticidade ampliada por ângulos incomuns de câmera e closes claustrofóbicos. A curiosidade maior é lançar personagens clichês (algozes e vítimas) e ir gradualmente invertendo, ou atenuando, as obviedades. O mais incômodo de tudo talvez seja a passividade das vítimas, que mesmo com algumas chances de reverter a situação, desde a primeira abordagem, não tem a capacidade de se opor às ameaças. O resultado realista pode ser bastante incômodo a quem procura por um suspense corriqueiro de entretenimento pop.
• Peter Jackson e Fran Walsh entre os agradecimentos finais.
Expectativa 😈😈 Realidade 😈😈😈
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