Noite Infernal

Hell Night (EUA, 1981)

Diret Tom DeSimone

Com Linda Blair, Vincent Van Patten, Peter Barton, Jenny Neumann, Kevin Brophy, Suki Goodwin, Jimmy Sturtevant.

Oldie mais ou menos goldie. Simples assim: Hell Night é um clássico do terror teen dos anos 80. Considerando que o termo "clássico" refere a um modelo exemplar, um modelo definido, como uma receita a ser repetida, então o termo se aplica perfeitamente aqui. Só que neste caso, "clássico" não significa virtude e sim clichê. A premissa é um primor em cara-de-pau: quatro estudantes, ingressantes em uma fraternidade estudantil, precisam passar uma noite em uma mansão onde viveu uma família de freaks. É possível que alguns deles ainda vivam no casarão...

A Vingança de Lady Morgan

La Vendetta di Lady Morgan (Itália, 1965)

Diret Massimo Pupillo
Com Barbara Nelli, Erika Blanc, Paul Muller, Gordon Mitchell, Michel Forain, Carlo Kechler, Edith MacGoven.

Old almost Gold. Ao menos culturalmente a internet proporcionou a circulação de peças raras que foram ficando esquecidas nas revisões históricas, ou nem mesmo haviam recebido a devida atenção, passada sua época de exposição em telonas e telinhas. Este suspense sobrenatural é um caso clássico de filme esquecido injustamente, mas que ficou tão marcado por sua época, que hoje só vale como curiosidade saudosista.

Grito de Horror

The Howling (EUA, 1981)

Diret Joe Dante
Com Dee Wallace, Patrick Macnee, Christopher Stone, Belinda Balaski, Elisabeth Brooks, Dennis Dugan, John Carradine, Slim Pickens.

Oldies goldies. Um dos clássicos B que popularizaram o horror nos anos 80. Em sua produção ligeira e descompromissada The Howling foi o formato que viria a caracterizar o consumo no mercado de home-videos. Simples, direto, sem pretensão, e referenciando a própria cultura pop que o origina, foi um pioneiro exemplo do fan-film. Joe Dante, que vinha do bem-sucedido Piranha, aqui fortaleceu a carreira como artífice do pop-fantástico.

O Túmulo Vazio

The Body Snatcher (EUA, 1945)

Diret Robert Wise
Com Boris Karloff, Henry Daniell, Russell Wade, Edith Atwater, Rita Corday, Bela Lugosi.

Golden Age macabra. Primeiro dos três filmes que Boris Karloff fez sob produção de Val Lewton. Baseado no conto homônimo de Robert Louis Stevenson, disponível como O Rapa-Carniça na coletânea Contos de Horror do Século XIX, da Cia. das Letras. The Body Snatcher é uma delícia atmosférica em sua sordidez, decrepitude e foto em preto-e-branco.

White Zombie

White Zombie (EUA, 1932)

Diret Victor Halperin

Com Bela Lugosi, Madge Bellamy, John Harron, Robert Frazer, Joseph Cawthorn, Brandon Hurst, Frederick Peters.

Walk pioneiro. Junto ao Cesare de Gabinete do Dr Caligari, este foi um dos pioneiros filmes a usar a figura do living dead. Madeline e Neil estão em visita a Lord Beaumont, um rico senhor de terras no Haiti, onde se casarão. Mas Beaumont corteja a jovem Madeline e com a ajuda de Legendre, um feiticeiro local, interfere no matrimônio. Dada como morta, Madeleine é retirada de sua cripta e passa a viver como uma zumbi nas instalações do feiticeiro.

Anos 60 - dez clássicos

A cultura jovem marca a década com a evolução do rock e da cultura de massa. As revisões críticas sobre as estruturas sociais e a indústria cultural lançam questionamentos e propõem alternativas revisionistas. O cinema de gênero se reforça e ganha as bilheterias. Em um período de grandes mudanças estéticas e comportamentais é curioso constatar um clássico "velha guarda" como The Flesh and the Fiends e a ousadia pioneira de The Penthouse, sem contar as diversas tentativas de "estilizar" o thriller depois de Psicose. Em uma década de rupturas, grandes produções de moldes clássicos conviviam com o novo cinema independente. A Golden Age cedia espaço definitivamente à Nova Hollywood.

Anos 50 - dez clássicos

O cinema em período de maturidade artística e financeira e plena recuperação econômica depois da guerra, investe na produção tanto de ambição artística quanto de apelo popular. A concorrência da TV e a explosão da cultura jovem via rock'n'roll fazem a ruptura entre a Golden Age e a cultura de massa contemporânea. Em paralelo à produção norte-americana, diversos mercados florescem em qualidade, lançando grande quantidade de filmes e consagrando-se nas bilheterias. O cinema autoral ganha notoriedade. A inglesa Hammer Films revive os monstros da Universal em novas versões, coloridas e sangrentas. A América descobre o público do filme B e o cinema de gênero se delineia mais fortemente.

A Noite do Demônio

Curse of the Demon (EUA, 1956)

Diret Jacques Tourner
Com Dana Andrews, Peggy Cummins, Niall MacGinnis, Liam Redmond, Athene Seyler, Maurice Denham.

O diretor estava certo. Clássico dos anos 50 que escapou da onda de filmes juvenis e produções B que estigmatizaram o período. Depois de uma série de filmes noir, o diretor Jacques Tourner (1904-1977) voltava aqui ao gênero fantástico que o consagrara na década anterior, especialmente com em Cat People (1942) e I Walked With a Zombie (1943).

Anos 40 - dez clássicos

O mundo em guerra e o cinema (talvez só o fantástico) em uma encruzilhada entre o romantismo clássico e a nova era que se impunha em novos conceitos tecnológicos, ideológicos e especialmente em novos conceitos de destruição e violência. Os filmes de Val Lewton para a RKO marcam a década com suas sutilezas encantatórias enquanto a Universal esgotava as repetições e variações em sua clássica série baseada nos monstros literários. O noir e o thriller apostam na corrupção humana mais do que em ameaças sobrenaturais e algumas produções fora da massiva fábrica hollywoodiana começam a se destacar como La Corona di Ferro ou Dead of Night.

Anos 30 - dez clássicos

Na primeira década de cinema sonoro, o fantástico se fez notar nas produções da Universal que marcaram sua época adaptando os modelos do cinema mudo e do expressionismo para a linguagem dinâmica da tela grande. O alemão Vampyr faz história apontando a aspirações mais ambiciosas no cinema fantástico. Enquanto isso, Hollywood, oscilando entre sutilezas e explicitações antes da censura autoimposta, lança na cultura pop as inesquecíveis figuras de Frankenstein e King Kong.

The Vampire Doll

The Vampire Doll (Japão, 1970)

Diret Michio Yamamoto
Com Kayo Matsuo, Akira Nakao, Atsuo Nakamura, Yoko Minakaze, Yukiko Kobaiashi.

Lição de casa. Inesperada tentativa de um terror pop assumindo modelos ocidentais dos filmes góticos. Foi como se o diretor Yamamoto tentasse uma fórmula de cinema nos moldes dos estúdios Hammer, só que adaptado ao pop nipônico. Como um dedicado estudante, o diretor fez aqui seu trabalho de casa cujo resultado bem sucedido rendeu uma trilogia gótica (trilogia Bloodthirsty). Reunindo situações habituais no gênero, Vampire Doll é um catálogo de clichês.

Danza Macabra

Danza Macabra (Itália, 1964)

Diret Antonio Margheriti
Com Barbara Steele, Georges Riviere, Margrete Robsaham, Arturo Dominici, Silvano Tranquilli, Umberto Raho.

Os olhos de Barbara! Simples assim: um clássico do gótico italiano! Entre inúmeras produções no gênero impulsionadas pelo êxito de A Máscara do Demônio de Mario Bava, esta produção parte de um conto de Edgar Allan Poe e desenvolve uma estrutura muito peculiar de narrativa. A história é bastante simples e lembra um dos inúmeros contos de literatura fantástica em sua construção.

Sonho Eterno

Peter Ibbetson (EUA, 1935)

Diret Henry Hathaway
Com Gary Cooper, Ann Harding, John Halliday, Ida Lupino, Douglass Dumbrille, Donald Meek, Doris Lloyd.

"Não se vê apenas com os olhos. A visão acontece internamente."

Golden Age fora da caixa. Fantasia incomum que escapou a modelos da época. Gary Cooper é Peter Ibbetson, um bem-sucedido arquiteto na Londres do século XIX, que reencontra Mary, uma paixão infantil, mas ela está casada e bem situada. O reencontro desestabiliza os dois provocando ciúme no marido milionário dela e a situação se desenrola tragicamente.

Corruption

Corruption (Inglaterra, 1968)

Diret Robert Hartford Davies

Com Peter Cushing, Sue Lloyd, Noel Trevarthen, Kate O'Mara, Wendy Varnals, Anthony Booth, David Lodge.

Pérola estragada. Uma curiosidade em suspense nível B totalmente deslocado da boa média dos thrillers realizados no cinema britânico do período (veja aqui uma seleção). Visivelmente inspirado em Les Yeus Sans Visage, conta o tormento do doutor John Towan (Peter Cushing), um cirurgião renomado cuja jovem noiva Lynn Nolan (Sue Lloyd) sofre uma grave queimadura facial e precisa de uma cirurgia de reconstituição. Cushing consegue clandestinamente, a pele facial de uma jovem falecida, mas a operação, inicialmente bem sucedida, desanda na rejeição súbita, em plena viagem de férias. O dedicado doutor, então, precisa de tecido vivo para as transfusões posteriores!

Enigma Fatal

Nothing But the Night (Inglaterra, 1973)

Diret Peter Sasdy

Com Christopher Lee, Peter Cushing, Diana Dors, Georgia Brown, Gwyneth Strong, Keith Barron, Michael Ganbom.

Perdidos no tempo. Suspense inglês em nível B feito no piloto automático, mas com o imbatível charme de sua época. Uma pérola  perdida no tempo e reservada aos fãs do período e da dupla central, mais por suas características internas do que pelo resultado geral. Começa como um tradicional suspense criminal com um investigador de polícia e um doutor que se unem na investigação de mortes suspeitas, montadas para parecer suicídio. E as investigações chegam à jovem Mary Valley, sobrevivente de um desastre de ônibus escolar. Os transes e pesadelos da jovem podem revelar mistérios impensáveis sobre os crimes.

As Filhas de Drácula

Twins of Evil (Inglaterra, 1971)

Diret John Hough

Com Peter Cushing, David Warbeck, Mary Collinson, Madeleine Collinson, Damien Thomas, Kathleen Byron, Dennis Price.

Peter Cushing é o cara! Nada a ver com Drácula: este é o terceiro filme da Trilogia Karnstein da Hammer, destacável como um dos melhores da produtora. Maria e Frieda são gêmeas e depois de ficarem órfãs, mudam-se para a casa dos tios, que assumem a guarda das jovens. E os problemas se revelam imediatamente: o tio conservador é líder de um grupo de caçadores de bruxas que supõe que seus métodos também servem para vampiros. Frieda tem seu lado rebelde que logo entrará em conflito com os modos rígidos do tio. Em pouco tempo ela atrairá o interesse do Conde Karnstein, um libertino, temido na região, que experimenta com ritos macabros em seu castelo.

Gritos Que Aterrorizam

And Now the Screaming Starts (Inglaterra, 1973)

Diret Roy Ward Baker
Com Stephanie Beacham, Ian Ogilvy, Patrick Magee, Geoffrey Whitehead, Peter Cushing, Herbert Lom.

Gótico vintage. Terror mediano que vale mais como representante de sua época. A jovem Catherine (Beacham) acaba de se casar com Charles o herdeiro da família Fengriffen e descobre da pior maneira que a família é amaldiçoada pelo crime de um antepassado. Atacada por um fantasma na sua noite de núpcias, Catherine tem visões de um espectro rondando a casa e poderá dar à luz um filho indesejado.

A Cripta dos Sonhos

Vault of Horror (ING, 1973)

Diret Roy Ward Baker

Com Curt Jurgens, Tom Baker, Anna Massey, Daniel Massey, Terry-Thomas, Denholm Elliot, Edward Judd, Glynis Johns, Michael Craig.

Esse é do meu tempo... Modesto terror em episódios produzido pela Amicus e baseado em quadrinhos da EC Comics, que vale como representante de época. Cinco homens ficam retidos em um elevador e são levados a um piso subterrâneo que não consta no edifício. Nesse local acolhedor e confortável, iniciam uma conversa sobre seus pesadelos recorrentes.

A Mansão da Meia-Noite

House of Long Shadows (Inglaterra, 1983)

Diret Pete Walker
Com Desi Arnaz Jr, Vincent Price, Peter Cushing, Christopher Lee, John Carradine, Sheila Keith, Julie Peasgood.

O melhor parque temático! Clássico precursor da auto-referência pop-cinematográfica, bastante procedente na filmografia do diretor Pete Walker. O que atualmente se faz como citação, referência, homenagem à mitologia do cinema, o diretor já fazia aqui (e até antes em seus filmes). Desi Arnaz (filho do casal I Love Lucy) é um escritor que aceita o desafio de escrever uma novela de mistério em uma estadia de 24 horas em um casarão galês desabitado. Uma vez no local, Arnaz descobre que a casa não está realmente desabitada e logo ali se reunirão os descendentes da família Grisbane, proprietários da casa, para resolver um velho mistério trancado em algum dos cômodos.

Demônios da Mente

Demons of the Mind (Inglaterra, 1972)

Diret Peter Sykes
Com Robert Hardy, Paul Jones, Shane Briant, Gillian Hills, Patrick Magee, Michael Hordern.

We monsters! Suspense da Hammer não muito destacado, mas um dos mais interessantes na linha de produção gótica do mais famoso estúdio que pingava sangue. Robert Hardy (Herança Maldita) é um barão atormentado por uma possível doença sanguínea de sua esposa falecida e teme que essa "maldição" tenha contaminado seu filho Emil e sua filha Elizabeth. Assim ele os mantêm retidos em sua mansão até que alguma autoridade médica consiga curá-los do suposto mal.