A grande família Tarzan. Aventuras na selva proporcionam espetáculos no cinema desde O Mundo Perdido dirigido por Marian C. Cooper em 1925. O fascínio do mundo selvagem quando o homem branco é colocado lá de volta, após uns milhões de anos, é show apelativo garantido. O cenário serviu a muita coisa no cinema-pop entre ficção, terror, e a simples aventura de matinê e passando pelo corriqueiro das aventuras de selva como Jim das Selvas (1948), A Estrela do Sul (1969), ou o cinema-pipoca de Tudo Por Uma Esmeralda (1984), Predador (1987), Jumanji (1995, 2019), ou Sheena (1984) que só serviu para ver a Tanya Roberts sem roupa.
Neste levantamento, vamos direto ao filão exploit em uma seleção que obviamente passa pelos notórios filmes europeus de canibais. E também obviamente passamos longe de obras mais ambiciosas como Aguirre (1972) ou Medicine Man (1992). A gente quer é carne moída! E nesta triagem para adequar ao perfil podreira do blog, levantamos uma seleção bem legal de 20 aventuras. Veja também a tag canibais para os que não entraram aqui.
1959 Tarzan's Greatest Adventure (A Maior Aventura de Tarzan) • Certamente o melhor filme de Tarzan depois de qualquer clássico com Johnny Weismuller. Obviamente é endereçado ao público jovem das matinês, mas é tão encardido, suado e sangrento que parece filme de guerra e antecipou muito a estética pesada do que se faria nas décadas seguintes. Tarzan persegue um grupo criminoso que roubou explosivos e assassinou indígenas em um depósito de armas. No elenco bacana, Gordon Scott, como o melhor Tarzan depois de Weismuller, Anthony Quayle memorável como o vilão e ainda Sean Connery antes do estrelato. Macho, autêntico e dinâmico, ainda uma grande aventura. 😈😈😈😈
1978 La Montagna Del Dio Cannibali (A Montanha dos Canibais) • Ursula Andress lidera uma busca ao seu marido, desaparecido nas selvas da Nova Guiné. Somando o pop de bilheteria e o afrontoso assumido do período, mas com dinamismo e consistência na aventura. Produção regular dirigida por Sergio Martino, no limite entre a aventura decente e a apelação sleazy. Valorizado pelo elenco bacana, com Ursula, Stacy Keach e Claudio Cassinelli. 😈😈😈
1980 Mangiati Vivi (Vivos Serão Devorados) • Dirigido por Umberto Lenzi e junto a Canibal Ferox sua grande contribuição ao filão dos controvertidos filmes de canibais. Janet Agren procura por sua irmã, desaparecida na Nova Guiné, e que possivelmente ingressou em uma seita conduzida por um fanático líder. A região é cercada por tribos canibais e tanto os que tentarem entrar ou fugir do local poderão acabar devorados. Na média baixa do gênero este ainda pirateia cenas de outras produções. 😈😈
1980 Mondo Cannibale • Jess Franco tinha que estar por aqui. Pegando carona na polêmica onda dos filmes e canibalismo o prolífico diretor espanhol tentou aqui sua inserção no gênero. Al Cliver é um doutor que perde a esposa e a filha em uma expedição, mas a garota foi adotada como deusa branca de uma tribo e ele volta, dez anos depois, para regatá-la. Desconjuntado preview da "fase anos 80 do diretor", com elenco ruim, trilha sonora caótica e os mais absurdos "nativos caucasianos" de cara colorida! E cenas de canibalismo quase ininteligíveis em seus closes extremos. 😈
1983 Dance of the Dwarfs (Jungle Heat) • Deborah Raffin é uma antropóloga que contrata um piloto de helicóptero (Peter Fonda) para localizar um cientista na selva, mas a região explorada é infestada por uma raça humanoide. Só na região mesmo, porque no filme o que menos se vê são os monstros, limitados aos dez minutos finais. Produção mediana, filmada nas Filipinas. Peca por um roteiro sem imaginação e enrolações de suspense. 😈
1983 El Tesoro Dela Diosa Blanca • E tome mais um Jess Franco. Este é daqueles que teria todos os substantivos sob aspas ("filme", "produção", "elenco"). Uma pérola para testar os limites dos trash-devotos. Tem cipó amarrado em galho, tem figurante rindo, tem montagem grotesca, tem gente pelada como em pornochanchada e tem trilha sonora com corinho cantando sambalaiê. Diana é uma jovem que se perdeu em uma selva após um acidente aéreo, cresceu e virou a deusa de uma tribo (só porque é loirinha!). Sua mãe contrata um trio de aventureiros para resgatar a garota. Melhor cena: Diana gritando como Tarzan para salvar o namorado. 💣
1985 Amazonia (White Slave) • A jovem Catherine, filha de ricos fazendeiro amazonenses, perde os pais em um ataque indígena durante um passeio de barco e é capturada, passando a viver com a tribo de caçadores de cabeças! Com o tempo, irá incorporar os hábitos indígenas e descobrir a verdade sobre a morte dos pais. Dinâmica e decente produção italiana que revive muito bem a atmosfera dos infames filmes de canibais. Referenciado como Canibal Holocaust 2, mas sem relação. Nem canibalismo tem. 😈😈
1985 Inferno in Diretta • Dirigido por Ruggero Deodato tentando repetir o clima de suas famosas aventuras canibais. Pelo menos é dinâmico e plenamente aceitável no gênero. Uma jornalista procura pelo filho de um magnata da comunicação pelas selvas sul-americanas, onde o rapaz está detido por traficantes. Uma notável reunião de elenco B com Lisa Blount como a repórter, Anthony Mann como o cinegrafista, Richard Bright como o pai desesperado e Richard Lynch como um sobrevivente de Jonestown, e ainda, Karen Black se apavorando com as filmagens na selva, Gabriele Tinti sendo decapitado, John Steiner como um líder traficante e melhor do melhor, Michael Berryman doidaço, mutilando todos e quebrando tudo! 😈😈😈
1985 Emerald Forest (A Floresta das Esmeraldas) • Um "jungle exploit de arte". Dirigido por John Boorman, Emerald Forest conta a aventura de Bill Markham (Powers Boothe) um engenheiro trabalhando na construção de uma grande barragem na Amazônia. Seu filho é levado por uma tribo e dez anos mais tarde Bill o reencontra, mas o jovem está adaptado à vida na tribo. A natureza como personagem, mais ou menos como Boorman havia feito no seu clássico Deliverance. Aventura, drama, misticismo e ecologia em um filme valorizado pela beleza fotográfica e uma trilha etnica-ambient. Filmado no Pará, Rio de Janeiro e São Paulo, tem participação de Eduardo Conde, Átila Iorio e Gracindo Júnior. 😈😈😈
1988 Natura Contro (Paradiso Infernale) • Também lançado como Green Inferno. Uma repórter investiga casos incomuns e pesquisa sobre a mítica tribo dos Imas no Amazonas. Na tentativa de encontrar um professor desaparecido, ela e mais três acompanhantes se embrenham em aventuras e perigos pela selva, entre caçadores de animais e traficantes de crianças. Dirigido por Antonio Climati, que foi especialista em shockumentaries na selva, o filme tem toda a força gráfica que se espera de uma aventura sleazy do gênero. Dinâmico, diversificado e satisfatório, tem ainda um esforço notável do elenco entre locações autênticas e animais reais! Se tivesse canibalismo teria sido mais lembrado e citado. Como Amazonia também foi apelativamente retitulado como Cannibal Holocaust 2. 😈😈
2007 Welcome to the Jungle • Dois casais se aventuram em selvas tropicais para descobrir o paradeiro de Michael Rockefeller, herdeiro da família Rockefeller, desaparecido em 1961. Mas logo começam a se desentender e são progressivamente cercados por misteriosos nativos. Eficiente suspense seguindo os moldes do found-footage, que enrola o tanto que pode, até o violento epílogo, mas nunca perde o interesse narrativo por sua dinâmica e naturalismo. Claramente influenciado por Cannibal Holocaust e A Bruxa de Blair. 😈😈😈
2010 Monsters • Drama de relacionamento com a fantasia como elemento de ambientação. Monstros mesmo só depois de uma hora de filme, em efeitos ótimos, mas que aparecem pouco. Há seis anos o mundo recebeu gigantescas criaturas alienígenas que ficaram habitando a Terra e podem significar o fim da raça humana. Um jornalista serve de guia a uma jovem e a conduz de volta à fronteira americana através de selvas mexicanas. Interessante variação dramática, mas falha enquanto diversão. 😈😈
2014 Dark Amazon • Coprodução EUA-Brasil no formato found footage e tentando a fórmula narrativa dos clássicos exploit europeus. Grupo de documentaristas visita um pesquisador que, em selvas brasileiras, busca uma espécie rara de sapo que produz enzimas capazes de reverter a evolução do câncer. Mas a região que exploram pode estar protegida por espíritos. Aventura mediana que peca pela obviedade de conteúdos e evolução dramática. Primeiro longa da amazonense Darcyana Moreno Izel. 😈😈
2014 Indigenous • Grupo de jovens em férias visita o Panamá e decide se aventurar em uma selva proibida onde ocorreram diversos desaparecimentos. A crença popular é a de que uma criatura, conhecida como chupa-cabra, ataca os desavisados. Produção norte-americana filmada no Panamá que peca pela obviedade, da abertura com paqueras, bebedeira e surf, o grupo se perde na mata ao cair da noite e quando fazem a clássica foto em grupo, fica evidente a escolha do roteiro. Sustenta-se dramaticamente e a criatura é apavorante, mas é inexpressivo em narrativa. 😈😈
2017 Jungle • Daniel Radcliffe é Yossy Ghinsberg, um jovem em busca de aventura e conhecimento que, junto a dois amigos, explora selvas sul-americanas. Quando conhecem um guia habituado à região lançam-se a aventura de exploração selva amazônica adentro. Mas logo as dificuldades e inexperiência fazem o grupo se dividir e Yossy acaba perdido na floresta tendo que lutar pela sobrevivência. Baseado em fatos reais ocorridos no início dos anos 80, Jungle é extenuante e apavorante na medida certa, centrado na dedicada atuação de Radcliffe, que parece estar tentando - e conseguindo - se safar do personagem Harry Potter. 😈😈😈
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