Unhinged (EUA, 2020)
Com Russell Crowe, Karen Pistorius, Gabriel Bateman, Jimmi Simpson, Austin McKenzie.
No more mister nice guy! Suspense eficiente que baseia sua trama em angústias contemporâneas possivelmente experimentadas diariamente por qualquer cidadão em sua vida urbana. Rachel é uma mãe de família com problemas pessoais: está se divorciando, precisa entregar a casa onde vive com os dois filhos e tem sérias dificuldades em cumprir horários e demandas com suas clientes. Presa no trânsito no meio de uma tarde de trabalho e levando o filho menor à escola, tem uma discussão ligeira com um motorista. Mas o misterioso personagem começa a segui-la e ameaçá-la.
O pequeno atrito se tornará um pesadelo quando o misterioso motorista se mostrar um perigoso desequilibrado disposto a dar uma lição de civilidade na moça. Uma lição por meios macabros. E o filme constrói seu suspense de forma eficientíssima totalmente centrado na figura de Russell Crowe assumindo definitivamente seu lado bad guy ensaiado em ocasiões anteriores. Uma espécie de Max Cady motorizado, disposto a "dividir com o próximo" as injustiças que ele mesmo sofreu por muito tempo no descaso institucionalizado das relações contemporâneas.
Crowe, inchado de gordo, dá show como o motorista desequilibrado, disparando sopapos e xingamentos com a maior naturalidade e a direção do alemão Derrick Borte conduz a narrativa em progressão aflitiva no jogo de gato-e-rato pelo trânsito. Pena que o roteiro, meio preguiçoso, concentre a ação no desequilíbrio individualizado do motorista e perca a chance de um comentário um pouco mais amplo sobre as pressões modernas, potencializas na difusão de informação pelas vias digitais. O resultado não foi muito além de um thriller de entretenimento que convida o espectador a se divertir tanto quanto Russell Crowe na pele do psicopata metódico.
• Precursores óbvios: Um Dia de Fúria e Cabo do Medo.
Expectativa 😈😈😈 Realidade 😈😈😈
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