23 de março de 2019

American Mary

American Mary (Canadá, 2012)

Diret Jen Soska, Sylvia Soska
Com Katharine Isabelle, Antonio Cupo, Tristan Risk, David Lovgren.

American Mary

Barbie world! Surpreendente suspense alternativo feito por diretoras gêmeas. Mary Mason é uma jovem estudante de medicina com sérias dificuldades financeiras. Jovem, bela e sensual, Mary naturalmente desperta o interesse de professores e superiores em seu estágio! A situação é quase uma condenação social e em suas tentativas de serviços autônomos imediatos, para levantar algum dinheiro sem fazer julgamentos seletivos, ela conhece Billy, dono de uma casa noturna. Por uma casualidade, ela tem a chance em exercer seus dotes medicinais quando um dos funcionários da casa aparece ferido e sangrando muito! Mary encara o inesperado desafio, recebe um bom pagamento e ganha a confiança de Billy. Rapidamente outras "encomendas" vão aparecendo para Mary, que na necessidade de dinheiro rápido, começa a fazer serviços para a subcultura das alterações corporais!

Em uma ótima profusão de situações e climas American Mary surpreende acima de tudo na dinâmica narrativa e exposição anárquica de seus elementos. Por vezes cínico e satírico, o filme oscila entre suspense, drama e terror, mas nunca perde o rumo por sua direção certeira que escapa das armadilhas genéricas. Mary é sedada e estuprada em uma festa, parte para a vingança empregando suas capacidades cirúrgicas cada vez mais aprimoradas, mas (e apesar da tag 'rape revenge' aí embaixo), o filme jamais se deixa estigmatizar facilmente. A abertura, por exemplo, é uma aflitiva sequência de incisões a bisturi seguida de suturas. Na verdade, um exercício que Mary pratica em um peru depenado! E a sequência, além de indicar a postura cínica do filme, sugere um paralelo com a paranoia da cultura da transformação corporal.

Uma das maiores forças do filme é sua galeria de personagens fascinantes como Billy, aparentemente um cruel marginal do mercado da prostituição, mas que vai revelar seu lado humano ao se interessar por Mary, ou Lance, o segurança do clube que expõe uma insuspeitada tragédia humana sob sua intimidadora aparência de "Lemmy". Máscaras. 

Temos ainda a simpatia bizarra de Beatress, uma "human barbie" moldada à figura de Betty Boop, incrível atuação da atriz Tristan Risk que praticamente rouba as cenas em que aparece, com sua voz e trejeitos de boneca. E acima de tudo, Mary, que se empenha cada vez mais no mercado da transformação corporal, frequentemente se horroriza com as encomendas, mas as cumpre sem julgamento ou culpa. E por fim... o mundo alternativo e marginalizado tem seu preço a cobrar e não há idealização que se sustente quando as máscaras caem...


• As diretoras Jen e Sylvia Soska são gêmeas e fazem as irmãs que encomendam a cirurgia de ligação de seus corpos.
• Na tradição do "cinema de empoderamento": as personalidades femininas são interessantes e dominam a cena enquanto os homens são medíocres ou consumados crápulas.
• Katharine Isabelle já tem uma carreira considerável no terror e suspense.
• Body horror: o estuprador, de membros amputados e pendurado por ganchos na pele! Cacildis!

Expectativa 😈😈    Realidade 😈😈😈😈

Pra quê serve um macho?...

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