Cinema

15 de outubro de 2020

Vivarium

Vivarium (Irlanda, 2019)

Diret Lorca Finnegan
Com Imogen Poots, Jesse Eisenberg, Senan Jennings, Jonathan Aris, Eanna Hadwicke.



Your home forever!

Fetiche trap! Suspense, horror e humor em mais uma produção para engrossar a categoria dos filmes estranhos. Gemma e Tom são namorados com um possível futuro promissor em conjunto. Promissor e modesto. Ela é professora e ele jardineiro. Um dia, como quem não quer nada, entram em um plantão imobiliário para sondar ofertas de moradia e o estranhíssimo corretor lhes oferece uma visita à comunidade experimental chamada Além. Um lugar afastado do centro urbano onde todas as casas e ruas obedecem o mesmo rigor de construção.

Quando chegam o local, Gemma e Tom ficam perplexos, mais do que fascinados, pela simetria, linearidade e assepsia do condomínio que parece repetir seu desenho ao infinito como um fractal. As casa são absolutamente iguais, as ruas são iguais e até as nuvens repetem monotonamente suas formas. Quando o corretor se ausenta misteriosamente, eles tentam sair do local mas ficam presos pois todas as vias levam de volta. E o que parecia ser o sonho da vida perfeita e da casa funcional torna-se um tormento pela absoluta falta do que fazer. A comida é trazida misteriosamente e os restos levados da mesma forma. Até que um dia, o casal recebe um recém nascido que deverá ser criado por eles! E a relação dos dois começa a deteriorar. Enquanto Tom se dedica a cavar uma saída no quintal de frente, Gemma se envolve com o garoto de voz artificial até suspeitar que algo inumano pode os estar vigiando e controlando. 

Humorado e surreal, Vivarium se inicia como uma sátira ao sonho de estabilidade pequeno-burguês e cresce gradualmente para o mistério e horror, mas sempre dentro de uma postura satírica. Seu problema é que estende demais uma situação simples, mas é intrigante o suficiente para manter a atenção.

Vivarium é viveiro e é possível que o casal esteja simplesmente sendo usado como guarda e adaptação cultural do garoto por alguma inteligência exterior. O livro sobre a espécie humana, escrito em uma grafia desconhecida, e as transmissões como fractais em expansão na tela da TV deixam a sugestão de uma cultura alienígena atuando. Talvez não seja por motivos de invasão ou de escravização ou de estudo, que isso ocorra. Como o filhote de pássaro, na abertura que empurra os demais filhotes para fora do ninho só para ter mais comida e sobrevivência garantida, a situação pode ser apenas de conveniência aos "organizadores" em conhecer e se adaptar a um terreno novo...

• Assustador: o garoto imitando uma pessoa que não é nem Gemma nem Tom! Alguém que está além do seu circuito de convívio....
•  Melhor ator: Jonathan Aris como o corretor Martin,
que imita expressões humanas tentando parecer natural!
• Entrelinha: também é interessante que Martin e o garoto
se vistam da mesma forma, sugerindo um mundo corporativo paralelo, escravizador e repetitivo.
• Coprodução com capital da Irlanda, Bélgica, Dinamarca e Canadá!

Expectativa 👽👽     Realidade 👽👽👽

Um novo conceito em "filho planejado"!

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