Depósito de filmes ruins. O cinema inadvertido!

O gosto adquirido pelos filmes ruins em plena era dos cancelamentos! Em uma cultura que é levada a idolatria cega de valores de produção monopolizados por altos investimentos, o gosto alternativo em cinema passou a compreender também os "filmes lixo" como produções de valores (culturais e artísticos) específicos e não a simplesmente excluí-los sob julgamento depreciativo. O estreito espaço entre o aceitável e o inaceitável, encontra sempre uma saudável e generosa margem de comentário quando se fala em cinema trash.

Desespero

Asylum Blackout (EUA, 2011)

Diret Alexandre Courtes

Com Rupert Evans, Joseph Kennedy, Dave Legeno, Kenny Doughty, Richard Brake, Marcus Garvey.

Quando o lockdown faz mal! Suspense de premissa básica e desenvolvimento convencional. George e seu grupo de músicos trabalha na cozinha de um grande manicômio. Entre um trabalho chato e a tensão entre o internos perigosos na hora das refeições, o quarteto vai aguentando a situação enquanto a banda não rende o que deve. Mas em um anoite de tempestade a instalação elétrica entra em colapso e todo mundo fica retido no manicômio justamente na hora de uma rebelião de internos.

Deterioração

Relic (Austrália, 2019)

Diret Natalie Erika James
Com Robyn Nevin, Emily Mortimer, Bella Heathcoat, Steve Rodgers, Chris Bunton. 

Time Waits For No One. Kay e sua filha, Sam, passam uma temporada na casa da matriarca octogenária que desapareceu por três dias e retornou, aparentemente sem danos. O comportamento da senhora Edna é bastante instável indo de momentos de lucidez a outros de absoluta demência. Ela não reponde sobre seu desaparecimento e raras vezes dá sinais de reconhecer a filha e a neta. Intrigadas, Kay e Sam dedicam uma temporada de convívio com senhora sem se dar conta de que algo mais parece habitar a casa.

The Plague of Lighthouse Keepers

A maldição dos guardiões do farol. Com esse título roubado do épico do grupo Van Der Graaf Generator, vamos aqui com um punhado – bem menos do que eu esperava – de filmes ambientados em faróis costeiros. O sonho dos reclusos e antissociais, que tanto significa o tão sonhado isolamento em um trabalho temporário quanto a possibilidade de enlouquecer definitivamente nas condições diferenciadas de percepção. Na paradisíaca condenação da vida no farol tudo passa a ter um significado outro. E a percepção alternativa sobre companhia, sobre existência e passagem de tempo geralmente foi tratada nos filmes como passaporte para a loucura. O francês Gardiens de Phare (Ligthouse Keepers) de 1928 já explorava essas bases dramáticas com o isolamento pela tempestade e a loucura advinda da situação, assim como explorava a visualidade cativante em sua notável dinâmica estética.

Run

Run (EUA, Canadá, 2020)

Diret Aneesh Chaganty
Com Sarah Paulson, Kiera Allen, Pat Healy, Sara Sohn, BJ Harrison.

Mãe loka, mas atenciosa. Suspense domiciliar de tensão crescente e exemplar em sua simplicidade de elementos. Chloe é uma jovem de 17 anos, exemplo de superação: nasceu de um parto problemático, e tem diversas deficiências. É asmática, tem arritmia cardíaca, sofre de paralisia nas pernas e precisa de uma bateria constante de remédios reguladores. Mas não se deixa vencer, estuda física e eletrônica e sonha em receber a aprovação na faculdade para um curso superior. Até que um dia, xeretando os sacos de compras do mercado, Chloe descobre algo incoerente nas prescrições de seus remédios. A zelosa mamãe parece que tem alguns segredos no excesso de atenção com a garota.

Anything for Jackson

Anything for Jackson (Canadá, 2020)

Diret Justin G. Dick
Com Sheila McCarthy, Julian Richings, Konstantina Mantelos, Josh Crudas, Lanette Ware.

Os caminhos errados. Audrey e Henry são um casal de terceira idade que depois de perdas traumáticas na família decidem resgatar seu falecido neto da forma mais excêntrica que encontram: ingressam em uma seita demoníaca e fazem invocações na leitura de um antiquíssimo livro de feitiços e raptam Becker, uma jovem grávida cujo filho deverá servir de hospedeiro ao espírito do menino falecido!!! Mas os saudosos avós não são os mais experientes em lançar feitiços ou na leitura correta das línguas milenares do velho exemplar impresso e as consequências são desastrosas. Sua casa acaba por se tornar um ponto de passagem de espíritos enfurecidos.

Aragami

Aragami (Japão, 2003)

Diret Ryuhei Kitamura
Com Takao Osawa, Masaya Kato, Kanae Uotani.

Escreveu origami errado! Estranha fábula fantástica que opta pela estilização sem a menor preocupação em cumprir regrinhas de mercado. Dois samurais, mortalmente feridos em batalha, alcançam um templo abandonado onde serão recebidos por seu misterioso ocupante e sua auxiliar. Apenas um samurai será salvo e após sua recuperação um confronto de princípios se inicia entre o monge guardião do templo e o samurai. Um confronto que logo deverá ser resolvido na espada!