11 de setembro de 2022

Jack, a Caixa Maldita

Jack-in-the-Box (Reino Unido, 2019)

Diret Lawrence Fowler
Com Ethan Taylor, Lucy Jane Quinlan, Philip Ridout, Darrie Gardner, Simon Balfour, Robert Strange.

Jack in the Box


Filme B não morre! Esta produção britânica é um grande filme de mistério e isso não é por sua qualidade cinematográfica. É literalmente um "filme misterioso" que com sua produção modestíssima consegue uma forma curiosa, como um "repetição-homenagem" de algum filme feito nos anos 80, com seus monstros-ícone e simplicidade narrativa.

O jovem Casey se muda para a Inglaterra para trabalhar em um museu e entre a quantidade de objetos doados, achados ou resgatados para a exposição ele encontra uma misteriosa caixa metálica da era vitoriana. Ao abrir a caixa, Casey liberta uma entidade maligna que deverá cumprir um ciclo de seis mortes até voltar ao encarceramento.

Essa é a premissa desta produção previsível, que peca até no "spoiler body count". Um filme feito de forma tão automática que chega a surpreender em seu formato final de suspenção (ou anulação) emocional. Não bastasse a foto naturalista com luz tediosa, produção mínima, atores chatos e personagens desinteressantes, o filme ainda estende ao máximo seus diálogos e momentos de suspense para cumprir seus 75 minutinhos. Mas, por outra via de apreciação, Jack in the Box pode ser uma interessante aula de cinema e de como a mão de um diretor faz diferença na condução emocional de uma narrativa podendo arruinar ou salvar uma produção, e como uma trilha musical é importante em um filme fantástico. Neste caso a deficiência de comentário musical salta como mais uma falha do filme.

Agora, para fazer justiça, o palhaço monstruoso que assassina com suas garras afiadas é incrivelmente bem produzido e satisfatório ao clima de horror. O bolo azedou, mas a cereja é perfeita. Com uma dinâmica mais atenciosa e trilha musical mais intensa, o resultado de Jack in the Box poderia ter sido bem melhor.

Jack in the Box


E por mais um mistério inexplicável, o diretor conseguiu fazer uma sequência em 2022: Jack in the Box - Awakening. Agora é uma senhora que, com o auxílio de seu filho desajustado, aciona a caixa em troca de vitalidade física. E o palhaço-monstro volta a cumprir seu ciclo de mortes entre os empregados da mansão em que vive a matriarca.

Foi regra na história do cinema que as sequências invariavelmente pioravam as ideias do filme original. Essa regra foi mudada no cinema B quando o sucesso do primeiro filme levou a uma produção mais consistente no segundo. Pois Jack in the Box Awakening conseguiu escapar das duas situações e simplesmente resultou em um filme no mesmo nível apático do primeiro! E novamente saltam em contraste as aparições do palhaço assassino como únicos momentos de inventividade e interesse. Talvez esse contraste tenha sido o orientador estético e narrativo nos dois filmes, mas infelizmente o resultado vale mais a estudantes de cinema checarem os perigos e falhas em uma produção do que um consistente entretenimento de horror.

• O diretor Fowler vem aí com mais um terror, The Ghost Within! (promessa ou ameaça?) 
• Pior ator: o filho enrustido se revelando um psicopata.
• Ator destaque: Robert Strange, com seus movimentos desarticulados para a composição do apavorante Jack!

Jack 1  Expectativa 🤡🤡     Realidade 🤡🤡
Jack 2  Expectativa 🤡     Realidade 🤡🤡

Jack in the Box Awakening

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