La Plus Longue Nuit Du Diable (França, 1971)
Com Erika Blanc, Jean Servais, Colette Emanuelle, Shirley Corrigan, Ivana Novak, Daniel Emilfork, Lucien Raimbourg, Lorenzo Terzon.
Curte um Cult? Divertida fantasia de horror no circuito fechado do filme-evento. Houve um período no euro-fantástico, ou mais especificamente no horror francês, em que muitas produções dispensavam profundidades ou elaborações de roteiro para uma proposta que privilegiasse o atmosférico e o sensorial. Diversos filmes embarcaram nessa alternativa, fosse por "opção conceitual" ou por pura preguiça mesmo. A verdade é que uma porcentagem considerável do fascínio do fantástico está no deslocamento sensorial e imersão no alternativo. Jean Rollin é o maior esteta dessa tendência com seus filmes que mais parecem um passeio por um espaço-temático do que uma obra com intenção narrativa.
Com os cenários encantadoramente sinistros do castelo e direção convencional, La Plus Longue Nuit Du Diable se insere nessa categoria com naturalidade e propriedade. Veja a premissa: grupo de turistas em viagem precisa se abrigar durante uma tempestade e pernoita em um sinistro castelo de propriedade do barão Rhoneberg, um ex-nazista que carrega uma maldição na família. Chove o tempo todo e cada cômodo do castelo tem um passado macabro em sua história. O filme alinha, sem o menor disfarce, uma sequência de situações clichê genéricas, da abertura macabra aos eventos seguintes, repletos de situações comuns: pegação de mulherada, adultério, laboratório de alquimia no porão do castelo, personagem místico que entra no meio da ação, portas trancadas e o castelo sem saída, punições moralistas para cada "infração pecaminosa" cometida, enfim, La Plus Longue Nuit du Diable é uma cartilha folhetinesca do pop-fantástico. Óbvio como uma fotonovela de época, onde cada personagem será punido por seus exemplares pecados capitais.
Ao espectador cabe o passeio (como mais um turista) e o deleite visual do acabamento geral, com a autenticidade cenográfica, os truques visuais simplórios e muito bem adequados como a transformação de Erika, a cena da guilhotina e a ambientação geral no enorme castelo. O resultado é um mini-clássico retrô que resistiu ao tempo por sua elegância e despretensão. Esse vale o passeio.
• Em inglês: The Devil's Nightmare.
• Música de Alessandro Alessandroni, ninguém menos do que o multi-instrumentista e assobiador dos faroestes de Ennio Morricone.
Expectativa 🏰🏰 Realidade 🏰🏰🏰
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| ...e o banheiro? Dá pra ir a pé? | 
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| Daniel Emilfork [1924 - 2006] | 


 
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