O Vampiro e a Bailarina

L'Amante del Vampiro (Itália, 1960)

Diret Renato Polselli

Com Helene Remy, Tina Gloriani, Walter Brandi, Gino Turini.

Vechio, ma bellissimo! Pioneiro terror italiano de difícil classificação genérica por suas referências estéticas ainda embrionárias no período. La Mascara Del Demonio é do mesmo ano, I Vampiri é de 1957. A referência mais próxima seriam as fantasias da Hammer. Assim o filme situa-se em uma honrosa posição na trajetória do terror italiano.

Em o Vampiro e a Bailarina, um grupo de estudantes de dança se reúne em um velho casarão acompanhado de seus professores para ensaios. Entre as aulas e momentos de lazer e namoro nos bucólicos arredores florestais, Luisa, Francesca e Luca descobrem uma velha habitação, considerada abandonada há anos. Buscando abrigo de uma inesperada chuva, o trio entra no local e são recebidos por uma misteriosa e bela anfitriã, a Condessa Alda. Logo estarão à merce de um vampiro que mantem a Condessa prisioneira e ataca pela região.

Convencional em diversos aspectos de direção, encenação e com roteiro não muito ambicioso, mas qualquer deslize é superado pela excepcional qualidade fotográfica que faz o filme um deleite visual (sem exagero) em cada frame, cada take e cada enquadramento. Uma pintura em preto & branco de consistência estética só comparável a grandes produções. E mesmo que os dentões fake sejam hoje risíveis, o filme guarda seu impacto nos afrontosos closes do grotesco, na erotização exposta e mais particularmente em uma sequência de funeral vista pelo POV do cadáver no caixão! Sequência que naturalmente remete a Vampyr. 

Uma obra única, curiosa em sua posição: seria um exagero considerá-la clássica, mas sua excelência visual e detalhismo gráfico a destacam entre as grandes de sua época. Também é precursora de um cinema cuja virtude estética desbanca a tradição teatral (roteiro - direção - atuação) como embasadora de um filme.

• Confira um clip.

Expectativa 😈😈    Realidade 😈😈😈😈