L´Ultimo Treno Della Notte

L´Ultimo Treno Della Notte (Itália, 1975)

Diret Aldo Lado
Com Enrico Maria Salerno, Irene Miracle, Laura D'angelo, Macha Meril, Gianfranco de Grassi, Flavio Bucci.

Last House nos trilhos do sleazy! Lisa e Margaret viajam de trem da Alemanha para a Itália para encontrar a família nos feriados de fim de ano. Na viagem são abordadas por dois marginais que embarcaram às pressas fugindo da fiscalização. No período noturno da viagem, o trem está bem mais vazio e assustador e a dupla de assaltantes tem a liberdade que precisa para subjugar as duas jovens. Quando a dupla se associa a uma misteriosa passageira forma-se um trio e a cena perfeita para perversões e violências à bordo do trem noturno.

Clássico do sleazy italiano e um dos mais pesados do gênero. Na verdade é uma versão de Last House on the Left (e Virgin Spring). Violento e controverso como o clássico de Wes Craven, mas também um show de técnica narrativa cuja virtude não é só a carga apelativa. E mesmo considerando os abusos violentos, que seriam imprescindíveis ao gênero, um dos aspectos mais assustadores de L'Ultimo Trenno é sua força estética que cria um clima de opressão incomparável. O filme funciona plenamente porque sua força está nos detalhes mais do que na explicitação. As cenas noturnas, como o trem sob a chuva da madrugada, os corredores escuros ou a luz azul na cabine, criam uma sensação perfeita de opressão sensorial como poucos conseguiram. 

E nesse clima, o filme preenche muito bem seu tempo de duração sem enrolação e com uma dinâmica visual exemplar. Lançando mão de liberdades típicas do cinema B (filmagem na rua, produção barata, exploitation) a recursos profissionais, L'Ultimo Trenno se situa na fronteira entre o exploit barato e o suspense notável.

No elenco dedicado, a curiosidade é Macha Meril, a sensitiva de Profondo Rosso, como a dama pervertida que completa o trio com os marginais. Enrico Maria Salerno é o dedicado doutor que salva vidas, mas recorre à violência no final. 

Curiosidade extra é a trilha sonora de Ennio Morricone que reutiliza uma de suas mais belas canções (Forse Basta), composta originalmente para uma animação cult (Il Giro Del Mondo Dei Inamorati de Peynet) e a emprega aqui com grande efeito dramático em seu excesso lírico (vocal de Demis Roussos). 

• Excesso sleazy: defloramento à faca!!!!

• Participação de Franco Fabrizi como um passageiro aleatório que é envolvido na situação para abusar de uma das moças. Franco foi destaque em I Vitelloni de Fellini e depois seguiu carreira cada vez mais secundária.

• Pertenceu à lista dos rejeitados video nasties em VHS.

• Relançado com as devidas honras em DVDs de extras.

Black Phillip já sabia 😈😈😈😈