13 de fevereiro de 2023

Bluebeard

Bluebeard (França, Itália, 1972)

Diret Edward Dmytryk
Com Richard Burton, Joey Heatherton, Natalie Delon, Virna Lisi, Rachel Welch, Marilu Tolo, Agostina Belli, Sybill Danning, Karin Schubert, Edward Meeks, Mathieu Carriere.

Bluebeard

Excêntrico retrô. Coprodução entre Alemanha, Itália e França baseada no conto O Barba Azul de Charles Perrault. Richard Burton faz o estranho personagem, Barão Von Sepper, que se apaixona rapidamente por belas mulheres e rapidamente se livra delas por alguma inadequação de comportamento. Mas seu segredo é descoberto por Anne, a bela dançarina que ele conhece em um vaudeville e com quem também se casa. Anne tentará desvendar o trauma que leva o marido a cometer crimes, ou ela mesma será a próxima da fila...

Quarta versão cinematográfica com o personagem Barba Azul, e certamente a mais excêntrica. Reunindo o melhor do que o período dispunha, Bluebeard é um exótico desfile de elementos cinematográficos vintage, com cenários extravagantemente kitsch, fotografia sombria característica do suspense e horror, incorreções misóginas e maltrato animal, música de Ennio Morricone, enquadramentos estilosos, estranhos momentos de horror, e um notável desfile de belezas femininas muito à vontade em seus decotes e vestes esvoaçantes. 

Adequando os crimes à narrativa do filme, as participações femininas são um satírico "desperdício de elenco": Virna Lisi é guilhotinada, Rachel Welch é sufocada em um caixão, Marilu Tolo é chicoteada e afogada no vinho, Karim Schubert é baleada em uma caçada, Agostina Belli é mutilada por um falcão. E ainda temos Sybill Danning dando aula de sedução para Natalie Delon, com ambas acabando "apunhaladas" por uma enorme galhada decorativa! Não bastasse a bizarrice entre a morbidez e a sátira, o Barão ainda guarda a mãe mumificada nos porões do castelo aos cuidados da governanta anciã e tem como lazer produzir abstrações fotográficas a cada esposa assassinada. 

Somando o refinamento kitsch da cenografia, as liberdades em erotização e violência, o caráter alternativo assumido e o euro-sleazy em plena atividade, Bluebeard é uma cine-especiaria bastante representativa de sua era, uma feliz conjunção de elementos como o mercado nunca viu antes ou depois.

• Gótico impecável: os porões e corredores repletos de armaduras e teias de aranha.
• Tadinha: a bela Joey Heatherton não teve muita chance no cinema devido à repercussão baixa deste Bluebeard.
• Mais bizarrice: o tema romântico desvirtuado de Morricone.
• Crueldade: matança real de animais!
• Crueldade 2: a assustadora queda do cavalo e carroça na ponte!
• Um dos últimos filmes do irregular Edward Dmytryk, um diretor especialmente interessado no incomum, e que deixou filmes curiosos como The Devil Commands (1941), Captive Wild Women (1943), The Caine Mutiny (1954), Mirage (1965).

Expectativa 😈😈      Realidade 😈😈😈

Bluebeard

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