25 de março de 2023

Alucinação Fatal

Mercy Black (EUA, 2019)

Diret Owen Egerton 
Com Daniela Pineda, Elle Lamont, Lee Eddy, Miles Emmons, Austin Amelio, Janeane Garofalo, Dylan Gage, Rochelle Robinson.

Mercy Black

Have mercy. Terror de um diretor mais ou menos novato que vem se dedicando ao fantástico de modo pouco entusiasmante. O problema é recorrente na produção contemporânea onde o velho e bom filme B parece ter sido erradicado pela compulsória excelência técnica. Os resultados dessa situação lançam filmes tecnicamente bem ajustados mas com visíveis (e imperdoáveis?) deficiências que deveriam ser justamente a base de um espetáculo fílmico, como ritmo previsto, roteiro mais bem premeditado e direção de atores adequada ao drama proposto. E agora? O que resta a um espaço como o Black Phillip fazer?

Se a intenção aqui é destacar e sugerir filmes e livros que mereçam alguma atenção, a única forma de sugerir que alguém veja filmes do calibre deste Mercy Black é indicá-lo a estudantes de cinema, para que não cometam os mesmos tropeços. É pra isso que serve o cinema B e trash, com a diferença que esses são divertidos (ou inocentes, ou risíveis, não importa) e a grande diferença no pop-B contemporâneo é uma necessidade doentia em disfarçar sua gênese simplória.

Mercy Black tem uma premissa até bem legal. Conta sobre o drama de Marina, que na infância participou de um ritual de invocação espiritual que resultou na morte de uma colega. Anos mais tarde, depois de afastada e tratada, Marina vai morar com Alice, sua irmã e Bryce, seu jovem sobrinho. Mas Marina agora é famosa pela situação macabra da qual participou. Seus traumas e rejeições sociais se manifestam progressivamente e ela parece bem distante da devida recuperação, ou será que algum espírito maligno realmente foi trazido ao mundo na brincadeira das garotas e na criação da figura de Mercy Black?!

Reviravoltas e surpresas entram na receita, mas nada aquece a baixa temperatura dramático do filme, onde até mesmo os jumps são capengas. O pior mesmo é direção automática que não faz o elenco render o que poderia. E sobra, como em muitos filmes disponibilizados via streaming, o ótimo acabamento visual com foto bem cuidada e clima fantasmagórico nas sombras enevoadas em grande parte do filme. Talvez a intenção principal do diretor tenha sido se afastar de um mero terror-pipoca, mas para isso teria sido necessário reconceituar, pré-conceituar a coisa toda.

• Jump bacana: a cena do banho.
• Menção honrosa: o conceitual da figura composta de trapos e galhos, ficou muito legal!
• Satisfação incorreta: o gordinho enforcado!
• Mais uma vez é notável como uma trilha sonora de presença faz falta no fantástico moderno.
• Veja mais vida perigosa no streaming.

Expectativa 👿👿        Realidade 👿

Mercy Black
... me deixa falar mal!

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