Umberto Lenzi - o prolífico diretor funcionário do pop-spaguetti.

Fãs do cinema pop-trash serão eternamente gratos a este incansável mestre do cinema B que inaugurou os filmes de canibais, fez thrillers alternativos e proporcionou a Tomas Milian e Maurizio Merli seus melhores momentos nas pancadarias poliziotteschi! Escolha um gênero popular no cinema italiano do pós-guerra: gladiadores, faroestes, espionagem, policiais, guerra, comédias, suspense, terror... Lenzi passou por aí e fez um punhado de filmes em cada um deles! Foi um gênio? Não. Mas foi um artífice do sleazy como poucos.

A Ilha

The Island (EUA, 1980)

Diret, Michael Ritchie

Com Michael Caine, David Warner, Angela Punch McGregor, Frank Middlemass, Don Henderson, Jeffrey Frank.

Os pirata! Depois que o escritor Peter Benchley fez sucesso com Tubarão, seus romances foram calculados sempre tendo em vista a fórmula suspense + água. Assim foi com The Deep, The Island, Beast, White Shark e outros. Em A Ilha temos a aventura do repórter Blair Maynard (Michael Caine) que insiste com seu editor em investigar o desaparecimento de embarcações no Triângulo das Bermudas. Levando seu filho adolescente junto, Maynard parte para o duvidoso trabalho. Porém o que prometia ser uma aventura de férias junto ao filho – com direito até a uma passagem pela Disney – torna-se um pesadelo de sobrevivência quando ele descobre um grupo de piratas que vive de pilhagens na região.

Mandy: Desejo de Vingança

Mandy (EUA, UK, Bélgica, 2018)

Diret Panos Cosmatos

Com Nicolas Cage, Andrea Riseborough, Linus Roache, Ned Dennehy, Richard Brake, Olwen Fouere, Bill Duke.

Pop de arte. Delirante terror e fantasia que escapa de critérios comuns de apreciação. A principio parece uma coletânea de referências sofisticadas na cultura pop, passando pelo rock progressivo, a arte fantástica, o psicodelismo e citações ao cinema e cultura popular em geral. A sequência narrativa é tão simples que qualquer comentário a mais pode virar spoiler. Nicolas Cage e sua esposa Andrea Riseborough vivem em uma casa afastada em meio a floresta. Um grupo de hippies liderados por Jeremiah Sand, um falso messias, se interessa por Andrea e Cage se empenha em uma caçada mortal ao bando. Mas os nômades, que lembram muito a família de Charles Manson, têm meios de invocar um trio de motoqueiros/entidades, duros de matar!

Os Gêmeos - o clássico de um ator que era melhor escritor...

"Diga-me, Niles, que está fazendo com este anel?" Foi quase um sussurro. [...] "Como? Como é que pode ser seu?" Estava impaciente por compreender: o gesto comedido do corpo, os olhos ansiosamente abertos, atestavam a necessidade de desenterrar fatos que sua mente não podia entender.
Sem querer ele falou: "Holland me deu".

Possum

Possum (ING, 2018)

Diret Matthew Holness

Com Sean Harris, Alun Armstrong.

Uma mente à parte. Incômodo suspense inglês para fãs do wierd cinema e filmes enigmáticos. O solitário Phillip vaga por ambientes abandonados sempre carregando sua valise para despachar, em lugares remotos, o que guarda em seu interior. Phillip é um puppeteer, um bonequeiro, marionetista, e o grotesco boneco que carrega é a encarnação de seus medos, traumas e segredos. Até aí, nada de novo em simbolismo paranoico, mas Possum navega com tanta propriedade pela mente doentia do protagonista que é um dos mais interessantes e assustadores filmes de horror dos últimos tempos.

The Devil's Rock

The Devil's Rock (Nova Zelândia, 2011)

Diret Paul Campion

Com Craig Hall, Matthew Sunderland, Gina Varela, Karlos Drinkwater.

Guerra modesta. Mediano terror passado na segunda guerra e dirigido por um ilustrador e técnico de efeitos especiais. Devil's Rock integrou uma espécie de subgênero que parece ainda não ter rendido o que poderia, o terror-segunda-guerra, mas que já possibilitou coisas divertidas como Frankenstein's Army ou Overlord. Em Devil's Rock uma dupla de Comandos, às vésperas do Dia D, plantam cargas de explosivos em um bunker nazista no litoral da Normandia. Mas ao investigarem os gritos de agonia em seu interior, descobrem um segredo envolvendo forças de Magia Negra.

Cobaia Humana

Gente no aquário! O confinamento humano observado sadicamente à distância é um exercício tanto fascinante quanto doentio. O cinema – e as narrativas em geral – têm esse fascínio como fundamento para toda e qualquer desgraça, tragédia, drama. Todo mundo sabe que não é real, mas a morbidez curiosa pelo destino alheio embasa as narrativas desde tempos remotos. A desgraça alheia é fundamento do espetáculo desde a tragédia grega. Na velocidade da cultura eletrônica de massa, do mundo cão, dos tabloides sensacionalistas, do fascínio dos realitys e dos noticiários do dia-a-dia, temos o cinema sempre jogando lenha nessa fogueira em presenciar a desgraça do outro.