1 de julho de 2020

O Carro, a Máquina do Diabo

The Car (EUA, 1977)

Diret Elliot Silverstein
Com James Brolin, Kathleen Lloyd, R. G. Armstrong, John Marley, Elizabeth Thompson.


Pedestre bom é pedestre morto! Saudoso terror B que deixou boa impressão por onde passou. Seja no cinema, madrugadas na TV ou prateleira dos VHS pirata, The Car foi item bem recebido. E o motivo é bem simples: é um filme direto e sem frescuras, em produção consistente e que nunca pretendeu disfarçar sua origem pop. Na cidadezinha de Santa Ynez, um misterioso veículo aparece pelas estradas atacando aleatoriamente qualquer pessoa em seu caminho. Logo, a força policial, liderada pelo oficial Wade (James Brolin), precisa se mobilizar para deter a ameaça.

Considerando a onda "demoníaca" do período (principalmente após O Exorcista e A Profecia) e com uma clara influência de Encurralado, o mal aqui é personificado por uma máquina assassina indestrutível. The Car é um divertidíssimo "livro de bolso pulp" com um vilão oculto que vaga pelas estradas levantando poeira, apitando como um navio, atropelando livremente e ainda foge "gargalhando com a buzina"! E a única forma de encarar a fera é apelar à solução extrema e dinamitar geral! É justamente essa receita simplória que funciona tanto no filme. Sua dinâmica narrativa, que compreende muito bem a frágil estrutura da premissa, se empenha em não deixar o ritmo cair em momento algum. O resultado é um cult movie que não envelheceu e continua muito legal. 

Entre seus aspectos positivos, The Car ainda reserva surpresa em seus momentos de impacto, tem elenco simpático, direção ligeira, ótima estética pelas estradas poeirentas e, mais legal de tudo, o roteiro não apela a forças religiosas como antagonistas à ameaça, os heróis são os policiais, e em vez de crucifixo, a solução é dinamite! O único ponto questionável é que os policiais são emocionais demais...
No elenco, James Brolin repete sua média funcional, Kathleen Lloyd (It's Alive II) se destaca com sua energia e os veteranos R.G. Armstrong e John Marley dão moral cult ao filme.

• Supostamente na explosão final, seria possível ver uma aparição demoníaca! Eu nunca consegui localizar essa imagem direito...
• Melhor cena: o carro partindo para o racha contra as viaturas.
• A trilha do modernista Leonard Rosenman assombra o filme mais do que qualquer coisa em seu peso de pianos percutidos a todo volume.

Black Phillip já sabia 🚘🚘🚘🚘

Saia com os chifres para cima!

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