23 de novembro de 2017

Quando o Ódio Explode

Lolly Madonna (EUA, 1973)

Diret Richard Serafian
Com Rod Steiger, Robert Ryan, Scott Wilson, Ed Lauter, Jeff Bridges, Gary Busey, Randy Quaid, Paul Koslo, Season Hubley.

Quando o Ódio Explode

Pra cumprir o folclore! Sabe aquela situação clássica das duas famílias rivais que vivem no brejo e os patriarcas continuam cultivando a rivalidade por gerações e gerações, sem saber direito onde começou a treta? Essa é a clássica premissa deste drama interiorano: Rod Steiger e Robert Ryan são os patriarcas de duas famílias rivais que confundem uma jovem em trânsito pelo local com Lolly Madonna, uma suposta garota que os dois clãs disputaram em tempos passados. Ed Lauter e Scott Wilson raptam a jovem e o velho atrito se inflama. Entre confrontos, desentendimentos e agressões diversas, as diferenças de longa data parece que só acabarão resolvidas em um tiroteio.

Meio drama e meio suspense, em uma produção notável e injustamente esquecida. Considerando a carreira alternativa do diretor Serafian em faroestes e no clássico Vanishing Point, o resultado deste Lolly Madonna é "apenas bom". Tem suas esperadas doses de violência (habituais à média da época) mas o filme não toma muito partido de nenhuma das duas famílias. Ninguém é assumidamente vilão ou herói. E isso pesa negativamente na progressão dramática por manter o espectador alheio ao destino dos clãs. Impossível torcer para algum lado uma vez que o grande vilão do filme é a incomunicabilidade entre todos (não só entre rivais). O desentendimento é o fator determinante no drama mais do que escolhas morais assumidas por qualquer um dos personagens. Sendo assim nem importa quem vai morrer ou viver. E nem importa o destino de Lolly/Roonie, que saiu de casa para tentar uma expansão na sua vidinha interiorana e acabou servindo de justificativa para uma pequena guerra.

Levando em conta a época e a citada postura alternativa do diretor (que foi revisionista e amargo até nos faroestes), fica a questão: será o filme um comentário ácido sobre a cultura da "nação cowboy", que entra em guerra por qualquer motivo dado, encontrado ou inventado? Lolly nem mesmo existe, mas o que importa mesmo é exterminar o rival por qualquer meio e motivo. E a pratica da violência nem é exclusividade masculina: quando o jovem Zeb vai até a casa rival para tentar um acordo, é amarrado e despachado a bala pela dona da casa, em dos momentos mais pesados do filme!

Apesar do roteiro preparar o que poderia ser um belo banho de sangue em nível Peckinpah (era isso que eu queria), a virtude maior do filme é ser um drama revisionista muito bem conduzido e produzido. Um estudo amargo sobre a cultura ianque.


• Destaque ao notável elenco de jovens coadjuvantes.
• Este é o único filme em que você poderá ver Ed Lauter de calcinha e sutiã!!!
• O título brazuca força uma relação com Quando Explode a Vingança de Leone, também estrelado por Rod Steiger.
• Quase foi incluído na seleção de Terror no Brejo.

Expectativa 😈😈😈     Realidade 😈😈😈

"Aprendi no Actor´s, uai..."

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