8 de junho de 2020

Daniel Isn't Real

Daniel Isn't Real (EUA, 2019)

Diret Adam Egypt Mortimer
Com Miles Robbins, Patrick Schwarzenegger, Sasha Lane, Hannah Marks, Mary Stuart Masterson, Chukwudi Iwuji.


Você está vivendo em uma prisão mental.
Precisa se libertar e viver.

Jovem problema. Terror ambicioso sobre instabilidade mental. Luke é um garoto que viu a violência desde cedo. Seus pais brigavam muito, devido ao emocional de sua mãe, e em andanças pelas vizinhanças, presenciou um medonho tiroteio em uma lanchonete. Nesse momento, Luke conhece o jovem Daniel e a amizade entre eles brota naturalmente. Só que ninguém vê Daniel e ele acaba cumprindo a função de amigo imaginário do garoto problema. Mas Daniel é perverso e começa a dar instruções perigosas a Luke até que precisa ser trancado em uma mansão miniatura por tempo indeterminado.

O tempo passa e Luke cresce. De criança problema vira jovem problema e quando precisa de tratamento para sua instabilidade a sugestão é rever questões envolvendo a infância. Mas com o tempo, Daniel também cresceu, e agora volta a sugerir ações ao inseguro Luke. Ajuda nas colas de prova, ajuda nas paqueras do moço, até que cansa de atuar apenas como "voz do inconsciente" e começa a participar fisicamente da vida do rapaz!

Daniel Isn't Real tem um monte de coisas boas e só tropeça na própria pretensão formal. Seu grande mérito é que não perde o interesse em momento algum, da infância à maturidade e ao colapso emocional de Luke, o filme se mantém muito bem. Um elenco mais potente poderia ter ajudado, pois a dupla central - a principal base do drama - quase não dá conta. Patrick Schwarzenegger (filho do Terminator) até se sai bem na figura dominadora e sinistra de Daniel, mas Miles Robbins, que começa bem com a insegurança de Luke, vai perdendo a voltagem nos colapsos emocionais do protagonista. 

Ainda assim, a virtude da direção é visível em segurar a dupla no rumo certo por todo o filme. E as boas ideias só acrescentam leituras como a luta de vassouras retomada como luta de espadas, ou o bizarro mergulho de Daniel garganta adentro de Luke enquanto o apavorado terapeuta assiste à cena! Entre mais virtudes temos alguns efeitos que dispensam o digital e partem para uma arriscada alternativa misturando stop-motion e fusões. Entre o orgânico e o irregular, a decisão técnica corre o risco de rejeição ao "olhar digitalizado" do espectador moderno. No caso, é uma decisão bastante adequada à narrativa.
No geral o filme é uma surpresa legal que se sai bem de uma proposta narrativa e dramática muito difícil.

Start dos problemas: mamãe não vê Daniel!
• Puta susto: o tiroteio na lanchonete!
• Grande cena: Daniel se revela ao terapeuta.
• Surpresa freak: efeitos orgânicos na troca de faces.
• Palmas para o mais bizarro sound design dos últimos tempos!
Concept, foi mal: os subterrâneos da mente que parecem labirintos de um game.
• Mais uma vez Elijah Wood marca ponto como produtor de filmes esquisitos!

Expectativa 😈😈    Realidade 😈😈😈

"I'm your worst nightmare", "Let me in", "I'll be back".

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