A Casa da Praia

The Beach House (EUA, 2019)

Diret Jeffrey A. Brown
Com Liana Liberato, Noah Le Gros, Maryann Nagel, Jake Weber.

A vida é tão frágil...

A vida foi para o mar. Estranha ficção e terror que captura a atenção por seus meios lentos e sutilezas. Emily e Randall são um jovem casal passando um fim de semana na casa de praia do pai dele. Emily quer um tempo para discutirem a relação, a graduação e quem sabe, fazer planos para o futuro. Mas logo descobrem que não estão sozinhos: Jane e Mitchel, um casal amigo da família de Randall, também ocupa o chalé litorâneo para o fim de semana. Mas logo após um agradável jantar, a região parece invadida por um fungo vindo do mar que começa a causar alterações nos presentes.

O que a princípio se mostra um espetáculo incomum com a fosforescência noturna dos fungos que formam uma neblina e impregnam as plantas e a orla marinha, logo se comprova uma infecção com parasitas subcutâneos e alteração comportamental dos contaminados. Os dois casais haviam experimentado um pouco de alucinógenos no jantar e a percepção da alteração à sua volta demora a se mostrar uma ameaça. Emily, uma estudante de bioquímica, logo na manhã seguinte, começa a se dar conta de alterações no comportamento do casal mais velho, enquanto Randall dorme o tempo todo. 

E quando as misteriosas conchas aparecem pela praia, soltando formas verminoses que podem se ocultar sob a pele de outros seres vivos, chega a hora de fugir. Mas Emily não poderá fazer muito, uma vez que seus próximos já parecem alterados, assim como os vizinhos de litoral e é possível que não haja mais para onde fugir, visto que os fungos se propagam em uma constante neblina levada pelo ar...

Lento e envolvente, sem recorrer a apelações formais, The Beach House é preocupante até pela casualidade taciturna com que narra sua sequência de acontecimentos. É um traumático filme de apocalipse biológico visto pela casa de praia da família de Randall, que pode estar funcionando, na narrativa, como exemplo do que ocorre em uma amplitude provavelmente maior. E mais do que simplesmente plantar o pavor na ameaça física, o roteiro – na voz de Emily – sugere a fragilidade de nossa constituição biológica e a casualidade orgânica que possibilitou a vida na Terra. Casualidade essa que poderia ser alterada por uma configuração alternativa. Fica assim, a incômoda lembrança de Emily tentando se convencer de que não haveria problema nessa nova ordem biológica: "não tenha medo, não tenha medo"...

• Beleza suspeita: a fosforescência noturna nas árvores.
• Nojinho aflitivo: tirando verme da sola do pé!
• Nojinho culinário: alguma coisa se mexeu no corpo da ostra...
• Apocalipse sugerido: a neblina cada vez mais presente.  

Expectativa 🐚🐚      Realidade 🐚🐚🐚

Mitchel já entendeu....