Cocaine Bear (EUA, 2023)
Com Keri Russell, Brooklynn Prince, Christian Convery, Alden Ehrenheich, Ray Liotta, Margo Martindale, O'Shea Jackson, Isiah Whitlock.
Roteiro cannabis. O cinema adora jogar na cara do espectador a frase "baseado em fatos reais" quando faz adaptações, releituras, versões, dramatizações de eventos verdadeiros. Mas se todo mundo sabe que filme é tudo mentirinha, então para que insistir na frase? Para sugerir que nossa vida pode ser tão divertida quanto um filme? Então, no caso deste Cocaine Bear a verdade vem a tona pois é um filme que criou expectativa e não cumpriu nem metade do que poderia. Igual a vida...
Pois bem, Cocaine Bear é realmente baseado na situação do traficante que morreu no salto de paraquedas e as drogas levadas em sacolas ficaram perdidas pela região, até que um urso devorou grande parte do produto. Roteiro pronto para um thriller na selva, mas considerando a bizarrice da situação, a abordagem em filme poderia render muito mais em uma comédia. Somando o absurdo geral associado a explicitações de violência teríamos a receita perfeita para uma comédia de horror! E é isso que Cocaine Bear faz. Ou tenta... Uma variação nerd no tema natureza assassina.
O problema maior é a falta de situações que façam o filme engrenar e crescer, ao contrário, de uma primeira parte muito divertida, o ritmo vai tropeçando e caindo até terminar em uma sensação de ressaca sem a euforia prévia. Algumas situações soltas servem mais a diluir a energia geral, como a longa luta no banheiro ou o traficante que perde os dedos. Cá entre nós, para um filme que assumiu o escracho, as eviscerações explícitas e banhos de sangue, assim como cenas duvidosas (como o pacote de drogas na mão das crianças) e ainda colocou como estrela um urso selvagem aditivado a cocaína, o resultado sem pique ficou mais para marijuana.
Em volta da situação central, o fio de narrativa acompanha a apavorada Sari (Keri Russell) em busca de sua filha adolescente que se aventurou pela floresta com um amigo de escola. Entram na receita um trio de jovens marginais desastrados, uma guarda florestal e um trio de traficantes que precisa recuperar as sacolas com uma fortuna em drogas. E se a primeira parte, com suas informações aceleradas e personagens interessantes, promete um rollercoaster-nerd-sem-noção, a segunda trai as expectativas em sua desarticulação e momentos frouxos culminando na desajeitada sequência na cachoeira com o urso virando herói! Oi?!
O final deixa a porta aberta para uma sequência. E eu fico na torcida para que a direção e roteiro na próxima vez tomem algum aditivo e venham com mais vontade.
Expectativa 🐻🐻🐻 Realidade 🐻🐻
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| Ray Liotta, 1954 - 2022 |
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