8 de dezembro de 2023

Natal Sangrento

Juleblod (Noruega, 2017)

Diret Reinert Kiil
Com Jorgen Langhelle, Stig Henrik Hoff, Helene Eidsvag, Karoline Stemre, Haddy Jallow, Yasmine Johansen, Marte Saeteren, Sondre Krogtoft Larsen.

Juleblod

Jogo dos erros. Ainda não fizeram o terror de natal definitivo, e parece que ninguém está nem mesmo tentando... Este Juleblod é uma surpresa pelos motivos errados! Como puderam fazer um filme tão copia-e-cola na maior cara-de-pau e não tentar nem uma variaçãozinha, nem uma disfarçadinha? O filme está sendo catalogado como comédia. Se a intenção era essa, pode ter sido uma manobra em simplificar roteiro e fazer uma "sátira" aos slashers clássicos dos anos 80. Ainda assim, é muita preguiça em realização...

É assim: um maníaco assassino se veste de Papai Noel e sai matando geral no Natal. A polícia encontra, na boca da última vítima, uma lista das próximas vítimas. Até que o Santa Killer é detido e baleado. Anos depois, escapa do cárcere e ataca uma casa onde um grupo de garotas se reúne para as festas de fim de ano. Já viu um filme assim antes? Ou dois? Ou três...

E agora? O que fazer com este Juleblod? Se deveria ser cômico, ficou sério demais, e as piadas são estúpidas demais para entusiasmar enquanto esculacho ao gênero. Enquanto terror, é bem sangrento e violento, mas deixa a impressão de um trabalho no piloto automático, sem a menor intenção em inventar nada. Por outra via de apreciação, pode ter sido um filme (como The Dead Don't Die de Jarmusch) disposto a servir de caricatura da cultura da repetição. Aqui tudo é previsível, os sustos, os jumps de som exagerados, os personagens como o detetive amargurado que ajuda no caso, o assassino que não morre nem com tiro na cabeça, a briga das garotas por causa do namorado, as intimidades punidas com morte, e um incontável de eteceteras a cada minuto. Se a intenção foi satirizar, na sugestão de esgotamento criativo na produção contemporânea, tudo fica duvidoso, desde a lentidão do suspense do prólogo, ao sexismo, à gratuidade com que outros personagens são inseridos ("chamei no Tinder" diz uma das garotas!), à obviedade geral.

O mais bizarro de tudo é a opção da direção de arte por uma fotografia absurdamente escura quase o filme todo. Mesmo em cenas diurnas, os pontos luminosos estão posicionados atrás dos personagens e uma simples cena de conversa adquire tons estranhamente deslocados. Sem maior atrativo para fãs do gênero, Juleblod pode ser interessante a estudantes de cinema, uma lição de casa em inventário de erros...

• Era para ser engraçado? o funcionário do necrotério comendo um doce sobre a mulher morta, e o detetive passando mal...
• Lerdeza: a matança das garotas só começa na meia hora final.

Expectativa🎄🎄        Realidade🎄

Juleblod

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