20 de julho de 2018

The Evil Within

The Evil Within (EUA, 2017)

Diret Andrew Getty
Com Frederick Koehler, Sean Patrick Flanery, Brianna Brown.

The Evil Within

"Minha voz interna é muito mais sofisticada..."

One of a kind. Estranhíssimo suspense que desafia convenções e se destaca pela ousadia formal. Dennis é um jovem deficiente mental que vive sob a guarda de seu irmão John. Dennis é bastante incompreendido na complexidade de seus sentimentos e vive em um turbilhão de pensamentos internos em sua personalidade dividida. John é seu atencioso irmão que põe em risco até mesmo a relação com a namorada para cercar o caçula de atenção. E quando Dennis ganha um espelho para seu quarto, começa a conversar com seu reflexo, manifestação do subconsciente, que parece ter muita coisa a lhe dizer...

E o filme vai entrando em um labirinto bem interessante narrado com um desapego desconcertante por regras de gênero cinematográfico. Não bastasse a personalidade facetada do jovem problema ainda temos as revelações de seus pesadelos inseridos intrusivamente na narrativa. E quando o reflexo começa a dar sugestões de como impressionar a garçonete da sorveteria, o filme vai ganhando profundidade e ameaça. Dennis precisa ser mais durão e valentão e quem sabe até cometer uns crimezinhos por aí para chamar a atenção da moça...

The Evil Within já começa mostrando que não pretendia o convencional, com o jovem Dennis e sua mãe passeando por parques de diversão em uma sequência surreal e onírica. E no aprofundamento em uma mente doente, o filme vai desfilando uma série de sequências bizarras como a galeria de espelhos (diversos Dennis manifestados), a cena de bonecos horríveis cantando no bar, e cenas de sonho, como a da garçonete de articulações quebradas e influências de uma misteriosa entidade.
Mais ainda, o irmão John também não parece ser o cara mais equilibrado do mundo e suas cenas, que deveriam ser o contrapeso "normal" às demências de Dennis, são desconfortáveis e suspeitas. São inclusive desconfortáveis enquanto cinema: parecem mal dirigidas e mal interpretadas. E assim o filme vai se compondo como um "monumento demente" acumulando absurdos em sequência: absurdos assustadores, outros ridículos, absurdos violentos, absurdos surreais...

The Evil Within

A originalidade maior é que o filme não usa seu argumento para "fazer horror" de modo convencional. The Evil Within não é assustador, nem violento. Não pretendia ser, nem quando Dennis começa a estocar corpos no freezer! Sua força é a condução por um labirinto mental em desordem onde tudo está (cinematograficamente) bem adequado. Até os efeitos digitais ruins colaboram para o clima de insanidade geral. Mesmo adequado à forma básica de roteiro (apresentação-desenvolvimento-conclusão) The Evil Within é surpreendente e muito original pela proposta de imersão nos mecanismos de uma mente doentia. 

• Infelizmente o diretor Andrew Getty viria a falecer prematuramente, aos 47 anos e este é seu único trabalho. 
• Destaque ao figuraça Michael Berryman como o subconsciente maligno que assombra o pobre Dennis.
• A possessão mais bizarra: Michael Berryman fixa um zíper nas costas de Dennis, abre o zíper e entra no corpo como se fosse uma vestimenta!
• Participação de Kin Darby (Bravura Indômita, 1969).
• Confira um clip dessa bizarrice!

Expectativa 😈😈    Realidade 😈😈😈

Não há muito o que fazer quando Michael Berryman é sua entidade obsessora...

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