14 de fevereiro de 2024

O Regresso do Mal

Pay the Ghost (EUA, 2015)

Diret Uli Edel
Com Nicolas Cage, Sarah Wayne Callies, Veronica Ferres, Lyriq Bent, Stephen McHattie, Lauren Beatty, Jack Fulton.

Pay the Ghost

No cabresto. Nicolas Cage entrou para aquela categoria de atores histriônicos, que extrapola o normal quando não é colocado em uma coleira pelo diretor. Foi assim com o Nicholson, o Robin Williams e quase toda a geração Actor's Studio. Se não segurar amarrado, o bicho se descabela, rola no chão e faz careta. O que temos aqui neste terror convencional é um Nick Cage no limite entre sua fase boa e o vale-tudo a que ele se submeteu posteriormente.

Em Pay the Ghost ele é Mike, um professor novaiorquino de literatura fantástica, que vive com a esposa e seu filho pequeno. Atarefado e meio atrapalhado, Mike vive perdendo os momentos de diversão com o garoto e quando insiste em levá-lo a um festejo em pleno Halloween, o garoto desaparece na multidão. Obcecado em sua busca, Mike passa os anos seguintes em crise pessoal e no matrimônio até que visões e pistas o levam a crer que o filho pode ter sido raptado por um espírito. Uma feiticeira, executada no século XVII, pode estar atacando crianças a cada festa de Halloween.

Pay the Ghost é um daqueles filmes assumidamente B, mas com produção melhorzinha que a média, que cai perfeitamente ao mercado de streaming. É descaradamente ligeiro e óbvio sem disfarce de seus ingredientes narrativos. Então tem o policial que representa a racionalidade, mas Mike apela aos instintos, tem mendigo que traz explicações e orientações ao protagonista, tem portal dimensional (corre que vai fechar!), tem jumps bacanas para a temperatura não cair totalmente e tem o charme da simplicidade. O mais legal é a cenografia que aproveita os aspectos urbanos na criação de clima, como nos espaços abandonados habitados por mendigos. O mais lamentável é o roteiro convencionalíssimo, com clichezinhos alinhados para cumprir a narrativa óbvia. O mais estranho mesmo é o Nick Cage discreto, sem gritaria e careta, nem quando precisa. Simplesinho e humirde, Pay the Ghost serve como um terror-pipoca, um aperitivo de sessão dupla.

• Destaque à arquitetura velha de New York ajudando no clima sombrio.
• Autenticidade: os subsolos habitados por mendigos.
• Sinistro: os urubus sobrevoando o tempo todo.
• Tour de Force: Cage pesadão correndo atrás do ônibus.
• Melhor cena: o ataque à médium no apartamento.
• Macabro: a multidão de crianças desaparecidas.
• O diretor Uli Edel teve melhores dias nos dramáticos Christiane F e Exit To Brooklin.

Expectativa 😈          Realidade 😈😈

Pay the Ghost

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