15 de agosto de 2018

Nothing

Nothing (Canada, 2003)

Diret Vincenzo Natali
Com David Hewlett, Andrew Miller.

Nothing

Seus problemas acabaram! Aventura amalucada e fantasiosa sobre desajustes, inadaptação e rejeição. Pode ter suas boas intenções e significados bem profundos para quem se aventurar a analisar os paralelos e entrelinhas da aventura, mas acompanhar os 80 minutos de trapalhadas dos dois patetas centrais em uma realidade alternativa pode ser uma duvidosa aventura para o espectador.
Dave e Andrew enfrentam sérios problemas de adaptação em seu dia-a-dia. Andrew é um recluso que não sai de sua minúscula propriedade caindo aos pedaços entre as rodovias circundantes. Ele divide seu recatado lar com Dave, amigo inseparável, confidente e igualmente desajustado. Dave não é o cara mais esperto do mundo, é vitima de piadas no escritório onde trabalha e é tapeado financeiramente por sua namorada interesseira. A tensão e conflito com o mundo exterior atinge seu ponto limite quando Andrew precisa ser retirado de sua moradia e uma força policial é acionada para despejar a dupla! Mas como por encanto, ou sorte, ou azar, ou seja lá o que for, o mundo ao redor torna-se um imenso vazio luminoso! E pronto: Andrew e Dave estão salvos de toda a cobrança, exclusão, mesquinhez e falsidade que o mundo representava para eles. Mas agora... o que fazer com a nova condição em que têm todo o tempo do mundo e relação com absolutamente nothing?!

Comédia e fantasia em nível nerd, assumidamente alternativa e seguindo a linha de narrativa enigmática como a de Cubo, não por acaso do mesmo diretor. Nothing chega a ser comovente sob a aparência caricata de comédia vale-tudo. A condição dos dois protagonistas é quase a de deficientes mentais em um mundo intolerante e cruel e sua única reação possível é a negação. E negando a realidade em um momento de "união de forças" (assim assume a fantasia) a dupla de desajustados põe a perder qualquer possibilidade de solução, de superação ou de compreensão de seus problemas entregando-se a um imenso vazio existencial. Assumindo a comicidade e a narrativa surreal de um cartum, o filme levanta questões sérias sobre adaptação e isolamento enquanto causa um desconforto estético em sua sufocante e infinita luminosidade.

• Para ver com o nerd-alert desligado!
• O diretor Natali tem uma carreira bem interessante no alternativo e especialmente na questão das realidades paralelas.
• Melhor cena: tentando fazer música.
• Um pouco de terror: a dupla delirando com extermínio mútuo.

Expectativa 😈😈      Realidade 😈😈

Meeeu, esse é o maior fundo verde que existe!!!

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