9 de outubro de 2021

A Casa Sombria

The Night House (EUA, 2020)

Diret David Bruckner
Com Rebecca Hall, Sarah Goldberg, Vondie Curtis-Hall, Evan Jonigkeit, Stacy Martin.

Night House

Forma diferente. Terror na linha de assombrações e realidades paralelas que tenta uma narrativa diferente da média e se dá muito bem nesse caminho! Rebecca Hall é Beth, professora primária que passa pelo trauma da perda recente do marido arquiteto. Sua situação é intensificada pelo isolamento em uma casa à beira de um lago, e por pesadelos e suspeitas de que algo, além dela, circula pela casa. Beth precisa alterar esse quadro e quando começa a empacotar os pertences do falecido, descobre detalhes insuspeitos de sua vida adultera e livros de ocultismo.

Somando informações de todas as fontes de que dispõe, de sonhos recorrentes a sondagem com pessoas próximas ao marido, Beth começa a se deixar levar por uma sombria realidade possivelmente dominada por uma entidade maléfica.

The Night House faz de sua forma incomum sua maior virtude ao dispensar todos os possíveis lugares-comuns do terror-pipoca moderno. Como um ambicioso experimento formal o filme lança pistas sutis (talvez sutis demais...) na revelação de suas verdades. A inversão do real, sugerida no espelho e no número invertido da casa, e mais sutilmente em outras passagens externas, faz conexão entre os sonhos perturbadores de Beth e o mundo espectral. E assim progressivamente, quando ela descobre uma casa abandonada diante da sua, do outro lado do lago, a casa é arquitetonicamente igual à sua. A entidade que governa essa outra realidade pode ter levado seu marido a um destino horrível e agora é Beth seu novo alvo. Distante do real e com poucos amigos que possam lhe ajudar, Beth é absorvida cada vez mais pelo mundo de trevas com o qual faz contato.

A genialidade do filme (produzido pela própria atriz e pelo direto Bruckner) é conduzir a percepção por caminhos incomuns, com muito drama e introspecção alternados a crescentes momentos de delírio, com destaque à incrível cena da coluna desenhando o perfil da entidade! Assim como o desfecho, que dispensa o catártico cardíaco e recorre a um "suspense emocional" muito eficiente. The Night House vale pela variação bem feita e pelo ótimo equilíbrio entre o emocional e o pirotécnico sem precisar ceder ao engodo frenético.

• Jump: Beth tirando uma soneca no colo da amiga.
• Triunfo técnico: Beth abraçando o fantasma!
• Mistério incômodo: a escultura vodu!
• O diretor David Bruckner tem uma relação bacana com o fantástico desde seu primeiro longa, The Signal. Passou por episódios de VHS e Southbound, pelo ótimo The Ritual e agora prepara uma refilmagem de Hellraiser!

Expectativa 😈😈      Realidade 😈😈😈😈

Night House
Homem não presta mesmo, nem depois de morto ...

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