28 de novembro de 2020

Por Um Corredor Escuro

Dawn a Dark Hall (Espanha, EUA, 2018)

Diret Rodrigo Cortes
Com Uma Thurman, Annasophia Robb, Isabelle Fuhrman, Rosie Day, Taylor Russell, Victoria Moroles.

Dawn a Dark Hall


Meninas supertalentosas! Terror que desafia códigos estéticos em uma dramaticidade assombrosa e sombria (com e sem trocadilho!). Katherine é uma jovem desajustada com comportamento beirando a marginalidade. Perdeu o pai na infância e não se ajusta às convenções sociais. Sua mãe então a interna em uma instituição para uma temporada/tratamento onde Katherine deverá descobrir algum talento a ser desenvolvido.

Junto a mais quatro garotas, todas com quadros de desajuste comportamental, será formado o grupo que, sob a tutela de Miss Duret (Uma Thurman), terá aulas de música, matemática, literatura e pintura. Para surpresa de todas, e do corpo docente, os talentos afloram incrivelmente rápido. Katherine se mostra um incrível pianista, mas logo começa a ouvir vozes e ter visões pavorosas pelos corredores da imensa instituição. E logo as jovens são tomadas por forças criativas que se manifestam como surtos psicóticos. Katherine investiga o passado da instituição em seus arquivos e salas proibidas e suspeita de que o local é um canal por onde as almas de diversos artistas fazem uso dos talentos das jovens internas para a continuidade de seu exercício criativo!

Dawn a Dark Hall investe então em um roteiro meio diferente da média em sua premissa, com possessões que são criativas e não destrutivas. O perigo é que as garotas, na condição de instrumentos intermediadores, correm o risco de enlouquecer. O histórico de suicídios nos arquivos da clínica é assustador. Mas o que salta como principal virtude da produção é a predileção pelo sombrio constante em uma estética pavorosa de noite e escuridão em quase toda a duração do filme. Sem atenuação, o filme mergulha personagens e espectadores em um mundo de trevas raras vezes visto. Uma pena que o o roteiro não tenha um desenvolvimento criativo e o filme começa melhor do que termina. Seja como for, o filme se situa como uma boa alternativa na média moderna, por seu ousado projeto estético.

No elenco bacana, Uma Thurman (linda maravilhosa) faz um personagem misterioso, entre a administradora dedicada e a vilã ardilosa. Annasophia Robb (A Colheita do Mal) se esforça e segura o filme como a determinada Katherine. Isabelle Fuhrman esteve em A Orfã. E Rosie Day foi a protagonista de The Seasoning House, todas fazendo um link interessante com o fantástico contemporâneo.

• Coisa mais linda: Uma Thurman fazendo sotaque francês! 
• Beleza deprê: Katherine e Veronica batem um papo na paisagem noturna.
• Surpresa: dueto com Liszt ?!!!
• O diretor espanhol Rodrigo Cortes tem uma carreira iniciante e muito interessante nas opções pelo experimental (Enterrado Vivo, Poder Paranormal).

Expectativa 😈😈    Realidade 😈😈😈

Dawn a Dark Hall


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