9 de janeiro de 2019

Pieces

Pieces (Espanha, 1982)

Direção Juan Piquer Simon
Com Christopher George, Linda Day, Edmund Purdon, Frank Brana, Paul Smith.

Pieces

Cult bagaceira! Terror barato, descarado e divertido como poucos! Em uma faculdade, garotas começam a ser assassinadas e desmembradas a moto-serra. Christopher George é o detetive encarregado de investigar. A cada crime uma parte de cada corpo parece ter sido roubada e os detetives empregam a ajuda de um jovem estudante, de uma investigadora e do diretor na tentativa de evitar mais mortes. Mas os sangrentos crimes continuam ocorrendo pelas dependências do prédio.

Terror amalucado que pega o modelo dos filmes de Dario Argento em uma tentativa de repetir a estrutura do mestre italiano. Só que, em Argento o que funciona é uma lógica muito própria para a suspensão sensorial e aceitação da "esquisitice" fílmica. Aqui o alinhamento estético "estilizado" no que deveria ser uma sequência narrativa de lógica convencional vira um show de equívocos.

Pieces é uma daquelas bagaceiras queridas e saudosas por diversos motivos. "É exatamente o que você está pensando que é", diz o cartaz! A sequência de abertura deixa claro a que veio o filme com o matricídio a machadadas e muito sangue. O melhor de tudo é que tem "aquela fotografia setentista" que estigmatizou os grandes filmes do gênero. Tem as bobagens habituais: vestiários e corredores ficam desertos na hora dos crimes, diálogos bestas, pistas falsas, surpresa final e até a trilha sonora copia o modelo do Goblin (baixos + sintetizadores) creditada ao grupo Cam! Mas tem muita coisa boa também: é movimentado e tem decapitação logo aos 10 minutos, efeitos de mutilação que surpreendem em vários momentos (a garota cortada ao meio no sanitário, por exemplo) além de boas ideias estéticas como o crime no elevador (o assassino entra escondendo a serra atrás das costas!), o esfaqueamento no colchão de água (que vira colchão de sangue!) e a surpresa da parede falsa escondendo um cadáver!


Entre os muitos vários diversos tropeços: temos as luvas vagabundas de frentista do assassino, ele circulando livremente pela universidade com sua figura de casacão, máscara e chapéu preto, o professor de karatê que aparece do nada no meio da madrugada (!!!), o zelador podando arbustos com uma moto-serra e um elenco desajeitado dirigido com total displicência. E o que dizer de um elenco onde o melhor ator é o Christopher George?!? Edmund Purdon teve melhores dias em O Egípcio. Frank Brana é veterano de produções B (especialmente euro-westerns) e Linda Day (George), esposa de Christopher, tem aqui seu grande momento gritando "bastard", digno de ser eternizado na calçada da glória trash. Agora, brilha acima de tudo o zelador gorducho, fazendo a linha Bud Spencer, fazendo carinha de marrudo briguento. Impagável. Só vendo.


• Pior ator: Christopher George o tempo todo contracenando com sua cigarrilha.
• Morte linda: a citada garota no reservado!
• Momento Bud Spencer: o zelador partindo para a porrada contra os policiais.
• Tudo a ver: a garota decapitada no jardim da universidade em pleno dia!
• Nada a ver: o cadáver feito de partes, reanimado no fim!!!
• Clichê besta velha-guarda: Linda dopada pelo assassino e os heróis pegam seus casacos e correm para salvá-la!
• Nas cenas sangrentas, foram usadas vísceras e sangue real de animais! (trivia IMDB).
• Título em VHS: O Terror da Serra Elétrica.
• Título espanhol: Mil Gritos Tiene La Noche.
• O diretor espanhol J. P. Simon (1935 - 2011) foi especialista em filme B com predileção por aventuras juvenis. E quem já viu Viagem ao Centro da Terra (1977) e Mansão Macabra (1992) pode considerar Pieces seu melhor filme!

Black Phillip já sabia   😈😈😈

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