Ação Mutante

Accion Mutante (Espanha, 1993)

Diret Alex De La Iglesia

Com Alex Angulo, Antonio Resines, Frederique Feder, Juan Viadas, Saturnino Garcia, Felipe Garcia Velez.

O sonho do fã. Primeiro filme do diretor Alex De La Iglesia, uma aventura anárquica em um futuro alegórico no qual as divisões sociais são alarmantes. Accion Mutante é o tipo de filme que os fãs do gênero aguardam e de tempos em tempos encontram. Ambientado em uma sociedade futura, a ação acompanha um grupo de excluídos sociais que se organizaram em atentados contra a burguesia dominante. E o alvo de sua próxima missão é Patrícia, filha de um poderoso industrial, que é sequestrada no dia de seu casamento e levada ao planeta Axtúrias para o resgate.

Incluídos - produções insuspeitadas de mundos distantes.

Globalização via terror! Para alterar os gráficos e livros de história do cinema fantástico aqui vamos com uma seleção de produções de países que só ouvimos falar servindo ao exotismo em narrativas ianques. Turquia, Malásia, Indonésia e outros, enfiam o pé na porta do espaço internacional e vão expondo sua produção, o que é ótimo! Os filmes nem tanto... mas a produção precisa mostrar sua cara. Sem pesquisar o passado, a lista aqui se concentra nos contemporâneos, facilmente encontráveis nos streamings ou YouTube.
Copiando modelos pop ou servindo-se de folclore próprio, a maioria tem sua consistência própria enquanto cinema e dispensa nossa indulgência crítica. Alguns como Munafik (Malásia) e Siccin (Turquia) se deram bem e viraram séries.

A Sociedade Secreta do Cult Movie!

A hora dos esquisitões! Em inglês exquisit quer dizer peculiar, distinto, de poucos similares. Em português o termo ganha um significado de segregação, quase de exclusão. Mas para bom entendedor "esquisito" pode ser uma virtude alternativa das mais bem vindas!
Durante e a história do cinema, a busca pelo gosto padrão das massas sempre foi o norteador da produção. Os filmes têm que se pagar nas bilheterias e assim quanto mais gente gostar melhor. Mas temos a parcela da produção que prefere "entrar pela janela" e deixar a porta para o convencionalismo. Aqueles que arriscam produções mais ousadas em alternativas de linguagem e experimentos estéticos distintos.

Incubus

Incubus (EUA, 1965)

Diret Leslie Stevens
Com William Shatner, Alysson Ames, Eloise Ardt, Ann Atmar, Milos Milos.

Capitão Kirk falando esperanto?! Excêntrico é o termo para definir esta produção norte-americana que foi na contra-corrente assumindo muita coisa estranha. William Shatner (um ano antes de ingressar em Star Trek) é Marc, um soldado que retorna da guerra para viver nas terras da família junto de Arndis, sua irmã. Mas o espírito maléfico de Kia, uma sucubus, se empenha em corromper o íntegro soldado.

A Ilha

The Island (EUA, 1980)

Diret, Michael Ritchie

Com Michael Caine, David Warner, Angela Punch McGregor, Frank Middlemass, Don Henderson, Jeffrey Frank.

Os pirata! Depois que o escritor Peter Benchley fez sucesso com Tubarão, seus romances foram calculados sempre tendo em vista a fórmula suspense + água. Assim foi com The Deep, The Island, Beast, White Shark e outros. Em A Ilha temos a aventura do repórter Blair Maynard (Michael Caine) que insiste com seu editor em investigar o desaparecimento de embarcações no Triângulo das Bermudas. Levando seu filho adolescente junto, Maynard parte para o duvidoso trabalho. Porém o que prometia ser uma aventura de férias junto ao filho – com direito até a uma passagem pela Disney – torna-se um pesadelo de sobrevivência quando ele descobre um grupo de piratas que vive de pilhagens na região.

Mandy: Desejo de Vingança

Mandy (EUA, UK, Bélgica, 2018)

Diret Panos Cosmatos

Com Nicolas Cage, Andrea Riseborough, Linus Roache, Ned Dennehy, Richard Brake, Olwen Fouere, Bill Duke.

Pop de arte. Delirante terror e fantasia que escapa de critérios comuns de apreciação. A principio parece uma coletânea de referências sofisticadas na cultura pop, passando pelo rock progressivo, a arte fantástica, o psicodelismo e citações ao cinema e cultura popular em geral. A sequência narrativa é tão simples que qualquer comentário a mais pode virar spoiler. Nicolas Cage e sua esposa Andrea Riseborough vivem em uma casa afastada em meio a floresta. Um grupo de hippies liderados por Jeremiah Sand, um falso messias, se interessa por Andrea e Cage se empenha em uma caçada mortal ao bando. Mas os nômades, que lembram muito a família de Charles Manson, têm meios de invocar um trio de motoqueiros/entidades, duros de matar!

A Mansão da Meia-Noite

House of Long Shadows (Inglaterra, 1983)

Diret Pete Walker
Com Desi Arnaz Jr, Vincent Price, Peter Cushing, Christopher Lee, John Carradine, Sheila Keith, Julie Peasgood.

O melhor parque temático! Clássico precursor da auto-referência pop-cinematográfica, bastante procedente na filmografia do diretor Pete Walker. O que atualmente se faz como citação, referência, homenagem à mitologia do cinema, o diretor já fazia aqui (e até antes em seus filmes). Desi Arnaz (filho do casal I Love Lucy) é um escritor que aceita o desafio de escrever uma novela de mistério em uma estadia de 24 horas em um casarão galês desabitado. Uma vez no local, Arnaz descobre que a casa não está realmente desabitada e logo ali se reunirão os descendentes da família Grisbane, proprietários da casa, para resolver um velho mistério trancado em algum dos cômodos.

Pague Para Entrar, Reze Para Sair

The Funhouse (EUA, 1981)

Diret Tobe Hooper

Com Elizabeth Berridge, Cooper Huckabee, Largo Woodrooff, Miles Chapin, Wayne Doba, Kevin Conway.

Top 3! Terror cult do diretor de Texas Chainsaw Massacre que (pra ser bem chato) encerra o trio de coisas boas que o diretor fez. Considerando que seu melhor é TCM e Poltergeist, este Funhouse ficou na história como um divertido pasticho de referências pop na aurora do terror dos anos 80, que seria caracterizado pela simplificação pós Sexta Feira 13. E Funhouse tem o mérito de não ser uma mera consequência do sucesso de Jason como incontáveis slashers oitentistas.

O Farol do Fim do Mundo

The Light at the Edge of the World (EUA, 1971)

Diret Kevin Billington

Com Kirk Douglas, Yul Brynner, Samantha Eggar, Fernando Rey, Renato Salvatori, Massimo Ranieri.

Do que é feito um cult movie? Excêntrica aventura baseada em duas histórias de Julio Verne. Kirk Douglas é o guardião de um farol de navegação marítima que é tomado por piratas com a intenção de provocar naufrágios e pilhar os bens dos navegantes. Douglas escapa da tomada do farol e é caçado pelos piratas, liderados por Yul Brynner. Entre os sobreviventes de um naufrágio provocado, uma jovem remete a lembranças românticas do protagonista.

Massacre at Central High

Massacre at Central High (EUA, 1976)

Diret Rene Daalder
Com Derrel Maury, Andrew Stevens, Kimberly Beck, Ray Underwood, Robert Carradine, Cheryl Smith.

O calouro Kersey! Suspense bem simplório cujo naturalismo (ou desleixo) fotográfico é sua grande força (como foi característico nos melhores filmes B do período). David é um jovem calouro em uma universidade californiana que se depara com um quarteto de estudantes criminosos que submetem os demais a um domínio violento. Quando ele é agredido pelo grupo, decide dar o troco, eliminando-os um a um. Curiosamente esse é o meio do filme e o que se segue é uma original variação de roteiro quando os demais alunos, uma vez livres dos opressores, começam a exercitar seus próprios desejos de subjugar uns aos outros. E as mortes continuam...

Os 20 Maiores Filmes da História da Humanidade de Todos os Tempos do Planeta Terra do Universo!

O melhor do melhor do mundo! Pelo menos para o Felipe Preto que faz aqui uma seleção de vinte filmes imprescindíveis, mas sem ficar restrito ao terror e ao fantástico (que estão no Top 10 do Phillip). Não tem Fellini, nem Cronenberg, nem Tarkovski!!! Bem... são só vinte escolhas...

Tarif de Nuit

Tarif de Nuit (França, 2015)

Diret Julien Seri

Com Jonathan Howard, Jonathan Demurger, Jess Liaudin, Fanny Valette.

Escola Luc Besson. Divertido thriller urbano parcialmente produzido por crowdfunding! Chris e Luc são velhos amigos que se reencontram em uma noitada parisiense, mas depois de um ligeiro atrito com um misterioso motorista de táxi, a situação da dupla se agrava quando esse motorista se empenha em caçá-los obstinadamente noite adentro.

A Vingança dos Derrotados

Sempre a mesma. Quando são feitas retrospectivas históricas, os destaques se repetem como inquestionáveis marcos. São os clássicos e os grandes filmes que demarcam a história e ficam como referências obrigatórias a quem quiser traçar a trajetória de gêneros ou diretores. Então temos os grandes filmes de época que servem à convenção reconhecida. Mas e aqueles filmes que também são muito bons e vão ficando esquecidos das revisões históricas? Hora de lembrar deles!

Night of Fear

Night of Fear (Australia, 1973)

Diret Terry Bourke

Com Carla Hoogeveen, Norman Yemm, Mike Dorsay.

Só faltou uma serra! Raridade pouco citada que teve sua chance de reconhecimento nestes tempos de acesso digital. É uma produção australiana feita para a TV (só tem 50 minutinhos) e pertencente a uma série chamada Fright, que não foi adiante. A julgar pelo conteúdo demente deste Night of Fear, é facilmente compreensível porque esta proposta de série destinada a TV não teve continuidade. O filme narra o pesadelo de algumas garotas sequestradas por um maníaco que vive na floresta e são aprisionadas em um velho barracão.

O Mestre das Ilusões

Lord of Illusions (EUA, 1995)

Diret Clive Barker

Com Scott Bakula, Famke Janssen, Daniel Von Bargen, Kevin O'Connor, Joseph Latimore.

A kind of magic! Terceira tentativa do escritor Clive Barker nas telas, depois do bem recebido Hellraiser e depois do desastroso Nightbreed. Barker tenta aqui uma trama de investigação na linha dos noir e repleto de tipos bizarros. O resultado é curioso na conjunção de ótimos elementos e situações, alternados a escorregões visíveis da produção!

Meu lixo, minhas regras!

Guilty pleasures! Os indefensáveis. Então aqui o Black Phillip faz uma espécie de mea culpa e lista algumas coisas que por algum motivo inconfessável ele gostou e gosta muito! São os filmes de estimação, aqueles que a gente vê (ou viu) sem nenhum senso crítico e que se dane se for ruim. Não dá pra ver só clássicos, a cultura cinematográfica precisa de expansão e referências outras, mesmo que isso signifique ver "filme bobagem". Das noitadas da geração "Cine Mistério" (na Bandeirantes), e "Sessão Cor de Cinza" (na Record), passando por matinês em sessão dupla de cinemas de bairro até a primeira geração das fitas VHS, aí estão 20 filmes da memória afetiva do Felipe Preto, que nunca estimou melhoras!

Demência

Craze (Inglaterra, 1974)

Diret Freddie Francis

Com Jack Palance, Julie Ege, Diana Dors, Martin Potter.

Filme de culto. Literalmente "de culto". Jack Palance é um antiquário em Londres que no porão de seu estabelecimento guarda a estátua do deus africano Chuku. E ele cultua a imagem fazendo rituais e sacrifícios em troca de riqueza. Uma vez confirmada a eficácia das mortes em sacrifício, Palance passa a caçar vítimas pelas noitadas da Swinging London decadente.

O Estranho Mundo dos Filmes Estranhos

Weirdos! Mais do que as machadadas, a violência ou brincar com as entidades sobrenaturais, uma das maiores virtudes (senão a principal) do cinema fantástico é a exploração da alternativa cinematográfica. A alternativa estética e narrativa, essenciais ao cinema enquanto aventura de criação.
Black Phillip separou aqui um punhado de esquisitices não necessariamente macabras, mas curiosas enquanto produto fílmico. Weird cinema. Quando o filme não precisa recorrer a convenções de gênero, ou melhor ainda, quando o filme intencionalmente evita convenções e se lança ao risco. Às vezes é um risco calculado, como um bungee jump, mas quase como regra, o resultado é no mínimo intrigante. Um refresco ao modelo consagrado pela industria e que nos é imposto por todas as vias de que essa industria dispõe.

20 Perdidos Numa Década Suja

Malditos, pervertidos, desvirtuados! Depois que os anos 60 impulsionaram uma mudança sem precedentes na produção cultural e uma liberdade de discursos bastante rica, coube à década de 70 assimilar as novas possibilidades e explorar ainda mais as liberdades conquistadas. Fosse do bom ou do pior, é possível que em nenhum outro momento na história da cultura de massa tenha-se visto a profusão cinematográfica de absurdos estéticos, políticos, financeiros ou de conteúdo, como os que foram produzidos nesse intervalo cultural entre a Golden Age e a moralização protocolada contemporânea.

Maschera di Cera

Maschera di Cera (Wax Mask, ITA, 1997)

Diret Sergio Stivaletti
Com Robert Hossein, Romina Mondello, Riccardo Serventi Longhi, Umberto Balli, Gianni Franco.

Cai a máscara! Terror mediano dirigido pelo mestre em efeitos Sergio Stivaletti. É uma refilmagem de Museu de Cera (1953 com Vincent Price) ou foi livremente inspirado nele. E contou com a presença ilustre de nomes chave na área como Dario Argento e Lucio Fulci nas bases de roteiro! O diretor, por sua vez é um dos mais geniais técnicos em efeitos especiais do cinema italiano moderno. Mas nesse "duelo de gigantes" pouca coisa saiu como deveria.