20 de julho de 2017

Maniac

Maniac (EUA, 1980)

Diret William Lustig
Com Joe Spinell, Caroline Munro, Abigail Clayton, Kelly Piper.

Maniac (EUA, 1980)

Joe é o cara! Maniac é um filme B de serial killer que merece atenção simplesmente por que é um dos raros momentos de protagonista do grande Joe Spinell (1936-1989). Ele é um solitário que sai às noites para matar e escalpelar suas vítimas e compor seus manequins com os escalpos/troféus! Um dos aspectos mais assustadores do filme nem é a violência e sim a existência alienada de Joe, que só tem os manequins como companhia em seu quartinho encardido. Os efeitos sangrentos são de Tom Savini que também participa no elenco e é despachado com um disparo de cano duplo em um dos melhores momentos do filme! Fotograficamente, Maniac pertence aos bons exemplares B que captaram com perfeição os aspectos decadentes e decrépitos dos ambientes metropolitanos.

Caroline Munro entra no filme na metade como uma fotógrafa que Joe persegue depois que é flagrado em um parque. E ele sabe se vestir bonitinho e bancar o educado quando precisa, o que acrescenta um dado preocupante à dimensão do personagem. Como muitos de nós, o maniac encena um personagem social enquanto sua real persona é repleta de distorções e traumas. Destaque ao enigmático e sangrento final com os manequins ganhando vida e os detetives ignorando o corpo na cama!

Joe Spinell foi um dos coadjuvantes mais massa do cinema americano. Merece um verbete especial sempre que se falar em filme B e anos 70. Iniciou carreira como um capanga em O Poderoso Chefão. Foi ele quem deu emprego de taxi driver ao De Niro. Foi policial tranqueira em filmes como Próxima Parada Bairro Boêmio e Parceiros da Noite. Foi carcereiro puxa-saco em Brubaker. Foi parça de Stallone em vários momentos: capanga em Último dos Valentões, chefão mafioso em Rocky, palhaço em Taberna do Inferno, tenente em Falcões da Noite.

A belezuda Caroline Munro, por sua vez, sofre do mesmo bem: foi estrelinha de produções inglesas dos anos 70. Foi a esposa falecida de Dr. Phibes. Ganhou destaque em Dracula no Mundo da Minissaia como a primeira vítima do Conde. Foi bond-girl em 007, O Espião Que Me Amava e fez sucesso com seu bustiê decotado em Nova Viagem de Simbad.

• Melhor cena: os manequins vivos no final.
• O diretor William Lustig faria depois a bem sucedida série Maniac Cop.
• Spinell e Munro já haviam trabalhado juntos em Starcrash e voltariam a contracenar em The Last Horror Film.

Expectativa 😈😈    Realidade 😈😈😈

Maniac (EUA, 1980)
E aí, Joe? Rola?...
Em 2012 tivemos uma refilmagem bem decente, mas com um grande problema: por que puseram o Frodo de protagonista!?! Bem, sem querer comparar, a versão nova tem roteiro de Alexandre Aja, tem o diretor do original, William Lustig, participando na produção e o filme acerta muito visualmente. É quase todo visto pelo POV do protagonista e consegue criar uma aura bastante doentia a seu modo. Faz ótimo uso dos não-lugares urbanos como galerias, metrôs, ruas com iluminação amarela a sódio e fachadas comerciais after hours de portas baixadas. A cidade como uma assustadora terra-de-ninguém. Também contribui muito a trilha sonora techno-retrô

A violência é de assustar e talvez a presença juvenil de Elijah Wood esteja servindo de atenuante. Pode ser. Desta vez acentuou-se a erotização explícita e a quantidade de manequins na vida do maniac é muito maior. Ele é um restaurador de bonecos com um passado traumático por sua mãe prostituta e faz amizade com uma fotógrafa que por alguma razão não desconfia que o moço é perturbado. É uma das poucas refilmagens modernas que não envergonha o original.

• Referencia: a primeira garota na blind-date com Elijah diz: "Pensei que você fosse gordo, de cabelo comprido e cheio de acne". Citação clara à figura de Spinell!

Expectativa 😈    Realidade 😈😈😈

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