5 de fevereiro de 2017

Banquete no Inferno

Feast (EUA, 2005) 

Diret John Gulager
Com Balthazar Getty, Henry Rollins, Krista Allen, Diane Ayala, Clu Gulager.

Banquete no Inferno

Cinema gambiarra? Financiado por investimentos alternativos, Feast é tanto consequência quanto indicador de um mercado em que facilidade de produção é a maior virtude. Ou a única virtude. Ben Affleck, Matt Damon e até Wes Craven estão entre os apoiadores financeiros da empreitada e o diretor John Gulager é filho do veterano ator coadjuvante Clu Gulager (que também esta presente aqui, é o barman). Diane Ayala, líder das motoqueiras, é esposa de John. E o projeto acaba por se caracterizar como uma diversão entre conhecidos. Nada de mal, A Noite dos Mortos Vivos começou assim. Em Feast grupo de pessoas em um bar de estrada fica isolado quando o local é atacado por criaturas desconhecidas (alienígenas?). Precisam se unir para planejar a fuga. O que querem esses alienígenas? Aparentemente se reproduzir nos hospedeiros humanos. E quando o pânico se instaura não há plano ou parceria ou arma que poderá deter os monstros!

Argumento mínimo para um exercício em cinema. Até aí, nada de mal 2. O cinema de terror tem incontáveis bons exemplos que partiram dessa mesma situação. Mas o que fez o diretor aqui? Pegou elementos caracterizadores da linguagem contemporânea como luz realista, edição dinâmica, câmera tremendo e super closes de aproximação em uma proposta inovadora. Resultado: não dá pra ver nada! É tanto close que não forma um conjunto reconhecível. A profusão de situações até serve ao sustento da narrativa e do caos instaurado, mas o conjunto não se forma. O filme se fragmenta. Entre vômitos, sangue, escatologia e mutilações, sobra um filme ágil, mas inconsistente. Era pra ser irreverente e contestar grandes produções? Conseguiu, mas e daí?

A coisa fica ainda mais fajuta no Feast II (2008) e Feast III (2009) que se resumem a colagens digitais de efeitos e fragmentos narrativos. Como já foi questionado em outras postagens: os recursos digitais facilitaram bastante o acesso de novos profissionais ao processo de produção de filmes. Isso pela portabilidade de equipamentos e redução de gastos, mas com os resultados "vale tudo", o processo de produção parece ser mais divertido do que assistir o filme pronto.

Expectativa 😈😈    Realidade 😈

Banquete no Inferno

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