14 de fevereiro de 2017

Mas Negro Que La Noche

Mas Negro Que La Noche (México, 1975)  

Diret Carlos Henrique Taboada
Com Claudia Islas, Susana Desomantes, Lucia Mendez, Helena Rojo, Pedro Armendariz Jr.

Mas Negro Que La Noche

Tem que estudar Taboada! Fantasia de um destacado diretor do fantástico mexicano. A jovem Susan muda-se, junto com suas amigas, para a mansão que herdou depois da morte de sua tia e nela ainda estão a governanta e Beker o gato de estimação da velha senhora, companheiro de muitos anos. Mas as jovens festeiras e irresponsáveis não simpatizam com o bichinho e quando este aparece morto, a cólera do espírito da velha senhora irá por em perigo a vida de todos no casarão. Novela mexicana de terror!? Mais ou menos. Mas é muito simpático e representativo de sua época.

Curioso compará-lo à refilmagem feita em 2014 e sentir o termômetro pop de suas respectivas eras. A versão 75 prima pela obviedade da narrativa clássica e pelos clichês góticos, como sombras no fim da escada, a governanta ranzinza e um viçoso casarão vitoriano e é justamente o óbvio que justifica e legitima o filme. É simplório e óbvio porque a essência é justamente essa: uma realização em conteúdo pulp, pop, livrinho de bolso, história em quadrinhos. Não precisa ser mais que isso. Então saltamos 40 anos e temos a refilmagem:

Mas Negro Que La Noche (México, 2014) 

Diret Henry Bedwell
Com Zuria Vega, Adriana Louvier, Erendira Ibarra.

Mesma situação anterior: as jovens vão morar na mansão, o gato morre e o espírito da velha quer desencarnar todo mundo! E então entram os vícios das produções modernas: pegar uma história simples e tentar disfarçar em algo repleto de invenções e surpresas. Interrompe o suspense com inserts de ação e susto. E assim, não sustenta nem um nem outro. Diálogos chatos para explicar o óbvio. Crises com o namoradinho. O que fazer então? Mandar o diretor pra guilhotina? Talvez a culpa seja apenas de um processo histórico e a adaptação de modelos às novas percepções. Talvez as produções do gênero atualmente estejam só servindo para provar a capacidade dos envolvidos para que possam saltar para produções maiores. Um ponto positivo é que a governanta agora parece uma pessoa normal, no original era uma múmia. Eu ia falar que até a pop art do cartaz original é mais legal que o Photoshop retocado do cartaz novo, mas aí sim seria saudosismo. Então para.

Resumo do falatório: a versão 2014, na vontade de corresponder a regras modernas, perdeu a chance ser simplesmente um filme bacana. A versão 1975, assumindo o modelo clássico, ficou na história por sua integridade inocente.

Placar Black Phillip     (1975) 😈😈😈  • (2014) 😈

Mas Negro Que La Noche


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