27 de janeiro de 2017

The Bunny Game

The Bunny Game (França, 2011)

Diret Adam Rehmeier
Com Rodleen Getsic, Jeff Renfro.

The Bunny Game

Run rabbit, run! Curioso exercício estético que parece mais interessado em torturar o espectador do que os personagens! O filme inicia com o dia-a-dia de uma jovem prostituta e seus clientes barra-pesada. Ela apanha, é roubada, mal tratada, se droga, curte a ressaca. Fazer o quê depois? Lavar a cara e voltar pra rua. Até que encontra um caminhoneiro que a dopa e a mantem presa no vagão de carga. O caminhão serve a isso aparentemente: manter garotas raptadas sob sedativos, mordaça e correntes! E aí sim a coisa fica feia para a moça nas mãos do sádico caminhoneiro (os personagens não têm nome).

Tem inicio então uma infinita tortura emocional na qual ela é acorrentada e ameaçada de diversas formas. Faca, marreta, maçarico, sufocamento, desidratação, abandono. Se existe alguma intenção a comentário na entrelinha das imagens é a situação em que a garota se encontra: totalmente à disposição de seu raptor. O sonho masculino da "mulher ideal"?!

Bunny Game é um teste de resistência ao espectador? Mais ou menos. É um extreme, mas que não vai até o extreme. Tirando a cena do ferro em brasa na coxa de uma vítima paralela, não há violência física. Bunny Game não tem sangue! A explicitação é mais sexual e emocional. Se tivesse violência física como tem a emocional, seria impossível assistir! Sua área de atuação é a criação de carga climática com cenas muito bem iluminadas para esse fim. Então temos 60 minutinhos de exercício gráfico, exercício de direção e interpretação. Considerando que o diretor e a atriz se dividiram em diversas funções na produção, o filme pode ser visto como uma experiência em cinema hardcore. O diretor Rehmeier é operador de câmera e fotógrafo, o que explica a excelência visual do filme, todo fotografado em divino preto e branco. Preto e branco é muito bom. O mundo devia ser preto e branco.

Bunny Game encontrou a repercussão (merecida) no circuito-fechado do cult-alternativo, mas a falta de um canônico começo-meio-e-fim narrativo o afastou de exposição mais ampla. Entre o formato pop de consumo e a ousadia formal intencional, o filme ficou condenado a um universo intermediário...

Expectativa 😈😈   Realidade 😈😈


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