30 de janeiro de 2017

Pânico na Floresta

Wrong Turn (EUA, 2003) 

Diret Rob Schmidt
Com Desmond Harrington, Eliza Dushku, Emmanuelle Chriqui, Jeremy Sisto.

Pânico na Floresta

O trio mais biruta da tela! Quem começou com isso de terror na floresta? Foi Amargo Pesadelo? Foi o Jack London? Em 1977 temos o cult Rituals de sobrevivência na selva. E o mercado acabou por rotular essa onda de produções por terror-in-the-woods. Naquela linha do argumento mínimo (seu carro quebrou - vou te matar) o subgênero terror-in-the-woods já tem uma filmografia considerável desde a década de 70. E aumentou muito por causa do Jason. A produção é barata, os cenários já estão prontos no meio do mato e os filmes se multiplicaram tendo obviamente seus altos e baixos históricos. Wrong Turn é um dos altos! Inclusive um dos personagens até cita Amargo Pesadelo em uma cena.

Aqui, um grupo de jovens em excursão tem os pneus de seu veículo furados por uma armadilha e precisam seguir a pé pela floresta. Mesmo que desconfiem se foi mesmo acidente ou intencional, não há muito o que fazer a não ser achar um local para pedir ajuda. No caminho, ficam à mercê de um trio de dementes que vive de pilhagens e matanças.

Wrong Turn tem produção de primeira linha e um elenco de killers dos mais feios já vistos desde o Quadrilha de Sádicos original, criados por mutação biológica (e pelos efeitos de Stan Winston). A mutação biológica justifica a resistência dos três meninos superpoderosos e também justifica as sequências decorrentes da boa receptividade que o filme teve. Claro que tem um pouco das reações idiotas clichê (stupid action), mas isso não estraga o show que é dinâmico, inventivo e com um senso de perigo autêntico que muitos diretores não conseguem produzir. E tem aquele final entre os créditos!

• Melhor sequência: o pessoal escondido em baixo da mesa e a amiga sendo fatiada em cima!
• Veja mais em Slasher.

Expectativa 😈😈    Realidade 😈😈😈

Pânico na Floresta

Então Black Phillip resolveu conferir o pacote inteiro com mais cinco sequências (!!!). Quer levar susto? Então: é assustador como o nível despenca logo em Wrong Turn 2 (2007) que já começa mal pelo argumento: grupo de Reality Show na floresta é atacado pelos maníacos, que agora não são só três, são uma família. E estão procriando para as sequências! Manobra errada (wrong turn, ta-dum tichhh). Aqui tem uns bons baldes de sangue derramados, mas WT2 já entra na onda das produções digitais ligeiras. E muita coisa vira piada: a família reza antes da refeição canibal! A primeira vítima cortada ao meio parece coisa do Papa-Léguas! E aquele líder da equipe que vira Rambo?! Os diálogos são medonhos. Tem bastante carne moída, mas é de segunda. Wrong Turn 3 (2009) afunda mais ainda com efeitos digitais vagabundos, daqueles que a vitima é fatiada e vira pedaços de borracha! Aqui os fugitivos de um presídio é que são atacados pelos mutantes.

WT 4 (2011) recuperou a série com uma produção decente. E como não dava pra ir em frente, então voltaram ao passado pra mostrar o início de carreira dos mutantes (prequel). Pelo menos o filme tem a aparência de um filme profissional. Muda o cenário da floresta para o sanatório de origem do trio de assassinos. É bem violento logo na abertura e tem uma sequência gourmet com carne humana! Mas as bobagens continuam: o trio pilotando os snowmobiles no final vira piada. O argumento é mais do mesmo: grupo de jovens em férias precisa se refugiar de uma tempestade de neve e se abriga justamente... no sanatório, agora habitado apenas pelo trio assassino.

WT 5 (2012) regride mais um pouco, agora para o teen-horror dos anos 80. Assume a piada e as situações absurdas. O velho Maynard (Doug Bradley, que em dias melhores foi o Pinhead) é um foragido da justiça, é ele quem ensinou os três freaks a agir. Quando fazem bobagem, Doug dá bronca e xinga de pinhead! Depois que ele é detido na delegacia local, seus pupilos vem salvá-lo em plena noitada de halloween com apagão. A delegacia só será protegida pela xerifa, um bêbado e um jovem (citação pobre de Rio Bravo. Pááááára!).

WT 6 (2014) repete a produção aceitável, elenco ruim e as cenas de sexo, afinal a carne é o assunto. Variação: agora  a família de freaks voltou a crescer e a procriar e tem suas ligações com os dirigentes de um resort que recebe público regularmente e que, também regularmente, tem alguns de seus visitantes "extraviados"... mas esta sexta sequência é tão fraquinha que deve ter encerrado a conversa.

• Resumo da sofrida jornada do Black Phillip: fique com o primeiro. Arrisque o 4.

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